Os desafios de se criar uma empresa no Brasil são muitos: desde as taxas até a corrida incessante pelo capital de giro. Quando se trata de um pequeno negócio importador, as dificuldades são ainda maiores. O empreendedor brasileiro, Lucas Heringer, encontrou no BRZ e em DeFi uma oportunidade para transformar seu negócio em uma empresa da web 3.0.
Desde o ano passado, Heringer utiliza o BRZ, da Transfero e o protocolo Jarvis, que faz parte do ecossistema da rede Polygon, para viabilizar o seu negócio. A partir da stablecoins e diferentes protocolos em DeFi, ele importa produtos da China, vende online no Brasil e mantém o capital da empresa girando.
“O DeFi é como se fosse um lego: você pode montar e personalizar. Dá para fazer infinitas combinações, essa que eu fiz foi a melhor para o meu negócio”, comenta.
Continue a leitura para entender como é possível utilizar o BRZ em DeFi nesse case de sucesso!
Os passos da empresa da web 3.0
O negócio de Lucas, uma tabacaria digital, começa a funcionar a partir do BRZ e da Midas, um protocolo de empréstimo em DeFi que depende de colaterais em criptoativos.
Lucas usa a stablecoin como um dos seus colaterais, já que consegue depositar em Pix via Transfero Crypto e converter em BRZ.
“Eu já passo o BRZ para minha carteira no Metamask e ativo o protocolo de empréstimo. Quando faço o depósito na Midas, ele abre uma carta de crédito”, diz Lucas.
A partir desse momento, o BRZ já passa a render para a Lucas. E foi assim que ele conseguiu abrir o seu negócio digital após um ano trabalhando em uma padaria, convertendo parte do seu salário em BRZ e USDC (stablecoin pareada ao dólar).
E cada um desses ativos tem o que é chamado de “Loan to Value”, que representa a porcentagem que pode ser convertida em empréstimo. Um LTV de 70%, por exemplo, significa que um depósito de R$ 1 mil pode gerar um empréstimo de até 7% desse valor.
Quando os depósitos passaram a render, Lucas percebeu que tinha ali um espaço para também conseguir empréstimos e criar sua empresa. O BRZ inicial fica em pools que servem tanto para empréstimo próprio para o seu negócio, quanto para ele emprestar para terceiros.
“Os protocolos DeFi funcionam como um sistema de corretora digital, mas que fornecem empréstimos a juros baixíssimos”, diz Heringer. Lucas criou uma forma de fazer empréstimos em uma stablecoin chinesa e usando o BRZ de colateral.
O passo seguinte do negócio é: fazer o dinheiro chegar até os fornecedores. E é aí que entra a Polygon.
China e Yuhan Sintético
Lucas descobriu na Polygon uma stablecoin chamada jCNY, stablecoin sintética baseada em yuan, moeda oficial da China, presente no protocolo Jarvis. A partir do momento que a Transfero anunciou a parceria com a Polygon, ficou ainda mais fácil trocar BRZs por jCNYs para acessar o mercado chinês.
Para fazer as importações dos produtos da sua tabacaria digital, Lucas conta com um parceiro comercial na China. Esse parceiro paga o fornecedor por meio do Alipay, o que evita as sobretaxas de câmbio.
No Brasil, a maior parte das corretoras trocam o real pelo dólar para, depois, converterem para yuan, o que torna a transação ainda mais cara para pequenos empreendedores.
Em seguida, o fornecedor manda os produtos da China para o Brasil e, então, Heringer coloca os produtos em marketplaces, como Amazon e Mercado Livre.
“Assim que eu vendo os produtos, coleto o dinheiro, deposito na Transfero, e já vira tudo BRZ automaticamente, sem taxas. Assim, mando para o Metamask e transformo em jCNY”, diz.
Os swaps entre BRZ e jCNY são feitos utilizando um outro protocolo DeFi: o paraswap. O sistema cobra uma taxa de 15 centavos de dólar por transação. Outro benefício é que o empresário consegue usar as taxas de câmbio do dia para fazer as compras.
Taxas vantajosas
Em pouco tempo, a estratégia já gerou resultados para Lucas.
“Já tenho o empréstimo há quatro meses e gerou 50 centavos de taxas nesse período. Nem vendi todos os produtos e estou quase pagando meus empréstimos”, comenta.
Na Jarvis, Lucas se beneficia por pagar muito baixo para os empréstimos. Pelos cálculos de Lucas, o seu negócio vai pagar R$ 1,10 de taxas ligadas ao câmbio e a transações em um ano.
Isso só é possível porque o empreendedor usa as duas facetas do DeFi: ele empresta jCNY e BRZ, bem como faz empréstimos dessas mesmas stablecoins. Segundo o empreendedor, o DeFi permite que ele faça um hedge contra a sua própria compra.
Um pouco mais de calma
Mais do que ganhar com a redução das tarifas, Lucas conta que ganhou bastante em tempo e produtividade.
“Eu tenho margem para trabalhar. Isso significa que não tenho pressa para vender. Posso trabalhar minha marca, gastando tempo construindo isso. Dá tempo para pensar como vou trabalhar, como vender um produto. E até mesmo para perceber quais produtos vendem melhor, e qual será minha próxima remessa”, afirma.
Em outras palavras, a stablecoin usada em conjunto com os protocolos em DeFi fizeram do negócio de Lucas uma “smart-company”, que utiliza o dinheiro de maneira mais eficiente, com menos perdas e gastos fora do planejamento.
Agora, ele quer ensinar mais empreendedores o caminho das pedras.
“Muitos brasileiros não conhecem, mesmo que os brasileiros sejam um dos maiores investidores em cripto. Quero ensinar as pessoas a usar os protocolos descentralizados para investir num sonho deles”, diz.
Lucas está no Twitter (@Cryptoclubeth) para falar sobre o assunto. Além disso, o empreendedor dá aulas todas às quartas-feiras, às 19h30, na comunidade da Metadex, no Discord.
“Lá eu explico tudo sobre DeFi e bastante sobre o funcionamento da BRZ. Ensino algumas questões sobre segurança, porque quero que as pessoas aprendam e invistam usando a BRZ daqui para a frente”, finaliza.
Além de viabilizar a construção de um negócio digital, os protocolos em DeFi e os benefícios do BRZ permitem outros benefícios. No caso da Balancer, por exemplo, é possível ter ganhos em stablecoin apenas fornecendo liquidez para uma pool.