Receita Federal aponta crescimento do BRZ e de outras stablecoins no Brasil

Adoção de stablecoins cresceu exponencialmente no Brasil desde que a Receita Federal começou a receber dados do mercado cripto em 2019

Por Paulo Carvalho  /  30 de outubro de 2023
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Um relatório divulgado recentemente pela Receita Federal mostra um “crescimento vertiginoso” no Brasil em transações com stablecoins. O estudo, que leva em consideração dados desde 2019, aponta que moedas como o BRZ estão entre as mais negociadas no mercado cripto brasileiro.

Além do BRZ, a Receita Federal destaca o aumento da adoção de outras stablecoins no país, como a USDC e a tether (USDT). Atualmente, esse tipo de moeda digital representa um volume bem superior ao do bitcoin (BTC).

“No Brasil, os dados do fisco indicam que as stablecoins mais negociadas são a USDT (Tether) e a USDC, ambas com paridade com o dólar americano, além de BRZ, que tem a paridade vinculada ao real brasileiro.”

BRZ entre as stablecoins mais negociadas do Brasil

Somente a USDT, por exemplo, teve um volume de R$ 271 bilhões em negociações, aponta o relatório. Enquanto isso, o bitcoin teve R$ 151 bilhões em transações no mesmo período, ou seja, quase o dobro do volume registrado.

“A negociação de Bitcoin e outras criptomoedas foi superada em larga escala pela movimentação de stablecoins como o Tether. Os gráficos ilustram claramente o aumento do volume de transações com esses novos ativos, refletindo a mudança na preferência dos usuários.”

Stablecoin pode substituir moeda fiduciária

A Receita Federal constatou que a stablecoin USDT representa um volume superior às negociações de outros criptoativos no mercado cripto. Em 2023, esse ativo digital já representa 80% das transações com ativos digitais no Brasil.

“Pelos gráficos é possível constatar o crescimento no volume do USDT (tipo de stablecoin), superando em 2022 a soma de todas as outras criptomoedas negociadas. Considerando apenas os dados parciais de 2023, 80% da movimentação de criptomoedas informada é relativa ao USDT.”

Além disso, a Receita Federal destacou que stablecoins como o BRZ podem substituir o uso de moedas fiduciárias como o real brasileiro, usando um estudo recente do FMI sobre isso.

“Em artigo recente publicado em seu blog, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que as stablecoins podem ‘substituir moedas nacionais e impactar políticas fiscais e monetárias dos países, especialmente em economias em desenvolvimento’.”

Receita Federal usa IA para monitorar criptomoedas

Além de divulgar dados sobre a adoção de stablecoins no Brasil, a Receita Federal publicou um mapeamento das transações com criptomoedas por geolocalização. Com isso, é possível saber de quais cidades e estados as transações acontecem.

Segundo a Receita Federal, esse mapeamento é realizado através de tecnologias como inteligência artificial. Sendo assim, a ferramenta poderá ser utilizada pelo fisco para encontrar possíveis irregularidades na tributação de transações com criptomoedas.

“O sistema da Receita Federal faz uso de modernas técnicas de processamento de dados, inteligência artificial e análise de redes complexas. Essa ferramenta acaba de ganhar nova funcionalidade desenvolvida para representar relacionamentos entre operadores, o que deve facilitar uma análise na busca de irregularidades tributárias.”

BRZ bate recorde de negociação no Brasil

A stablecoin BRZ está entre os criptoativos mais negociados do Brasil, revela o estudo da Receita Federal. Segundo dados abertos sobre a movimentação cripto no país, o BRZ quebrou um novo recorde de transações em 2023.

Esse recorde é de julho deste ano, último mês divulgado até agora pelo relatório da Receita Federal. Em apenas um mês, mais de R$ 641 bilhões em BRZ foram movimentados no mercado cripto.

Por outro lado, em fevereiro a stablecoin movimentou cerca de R$ 160 bilhões no Brasil. Portanto, em apenas seis meses o volume de negociações com o BRZ cresceu mais de 300%.


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