O mercado de criptomoedas é muito dinâmico e, por isso, é fundamental contar com líderes com visão e experiência em um setor tão competitivo. Para seguir crescendo, a Transfero escolheu Márlyson Silva, cofundador da empresa, para ser o novo CEO e substituir Thiago Cesar, que deixou o cargo no final de setembro — e um importante legado de crescimento.
Em entrevista ao PanoramaCrypto, Márlyson compartilhou suas experiências no mercado, suas expectativas para esse novo momento da Transfero — em que a empresa acabou de ser autorizada pelo Banco Central a atuar como instituição de pagamento — e seus planos para enfrentar os desafios e oportunidades que se apresentam.
Você pode contar um pouco mais sobre o seu primeiro contato com cripto e mais detalhes do trabalho com a Bit.One?
Ao iniciarmos o projeto do primeiro gateway de pagamentos a aceitar cripto no Brasil, haviam poucos players nesse mercado e apenas algumas exchanges conhecidas no país. E a Bit.One conseguiu se destacar dentro desse cenário, tanto que ganhamos o Inovabra em 2016, um programa de inovação do banco Bradesco, por conta da nossa solução que permitia comprar e vender bitcoin em vários países.
E foi assim que começamos a estudar e conhecer os lugares que trariam mais oportunidades e segurança para o crescimento de um negócio que tinha um diferencial dos demais: utilizava blockchain e bitcoin.
Foi uma experiência animadora em que conheci mais sobre o mercado de pagamentos, tive contato com uma tecnologia disruptiva por conceito, que permitia uma redução de custos em algumas operações, e que abriam novas possibilidades. Como desenvolvedor foi ótimo ver algo tão diferente e transparente, além de participar de uma comunidade ativa e que estava disposta a trocar ideias. Afinal de contas, o objetivo era o mesmo: “difundir as palavras de Nakamoto”.
Trabalhamos em conjunto com uma empresa que desenvolvia POS e adicionamos o bitcoin como uma das formas de pagamento. É sempre bom vermos os nossos produtos sendo utilizados e, quando falamos de tecnologia, ver a sua solução, produto ou API, sendo utilizada pelo mercado, é o que traz alegria no fim do dia.
Como essa sua experiência no mercado cripto pode ser importante para que a companhia continue crescendo agora sob a sua liderança? Em qual área você acredita que mais pode agregar a Transfero?
Já participamos de projetos críticos e, ao longo dos anos, conseguimos manter um ritmo sempre acelerado e com o olhar para o futuro. Inovamos sem esquecermos de criar processos e pensarmos que para dar o próximo passo é preciso estar organizado.
Agora que estamos iniciando esta jornada como instituição de pagamentos, precisamos cada vez mais de controle e acompanhamento. Acredito que por ter um perfil de processos, de gostar de comunicação alinhada e saber quem precisa dar o próximo passo… com um perfil cartesiano e um pouco controlador, são parte dos skills necessários para sermos bem sucedidos nesta fase.
Agora que você está à frente da companhia, como você enxerga o papel do Drex no mercado cripto e a sua relação com o BRZ?
Vemos com ótimos olhos as possibilidades que o Drex trará para o mercado. E, como já estamos a algum tempo no mercado, ver que o time técnico do projeto está muito bom, acreditamos que o mercado enxergará o Brasil como pioneiro e talvez o mais inovador na construção e execução de uma CDBC.
O BRZ continuará sendo parte importante deste ecossistema, permitindo a troca e interação com o mundo, seja por meio de protocolos em DeFi, seja tendo uma ação direta com o Drex, as opções são inúmeras. Mas de maneira simples, acreditamos que com o Drex, o BRZ poderá ser posicionado de forma a resolver novos desafios e se tornar ainda mais relevante no mercado.
A Transfero lançou muitos produtos B2C no início de 2023, a ideia é seguir por esse caminho e fortalecer a participação da empresa nesse segmento nos próximos meses?
A Transfero oferece infraestrutura para criação de soluções que conectam o mercado tradicional com o mercado de cripto. Somos uma ponte que permite que ambos os lados se conectem. A criação de soluções B2C cumprem duas demandas de nossa estratégia de difundir nossos serviços:
A) Testar nossos próprios serviços de forma a garantir a maior simplicidade com o melhor retorno para o nosso cliente. Desta forma passamos a cobrir 100% de nossas APIs;
B) Mostrar para o mercado B2B o que seria possível construir utilizando nossa infraestrutura, que permite através de nossas stablecoins, acesso a uma gama ampla de serviços financeiros e/ou cripto.
Além das razões para a saída do Thiago do cargo de CEO, o que você pode falar sobre as contribuições que ele proporcionou para a Transfero durante o período em que esteve na posição?
Bem, para mim, o Thiago foi um professor: visão de mercado, postura, confiança, flexibilidade, comunicação, entre outros aspectos, foi o que nos trouxe até aqui.
Por meio das discussões que tínhamos por conta da visão dele sobre o que estava acontecendo no mundo, sempre estivemos à frente do mercado. Cartão recarregado com cripto, plataforma de investimento em cripto (atual Transfero Prime), relações internacionais com big players, entre outras, são destaque pelo esforço e comprometimento dele.
Com a autorização do Banco Central para atuar como IP, quais são os próximos passos para a Transfero?
Usaremos o projeto da nossa IP para melhorar os controles e monitoramento, além de trazer mais transparência em todas as fases e fluxos dos nossos serviços. Assim, replicando a seriedade e urgência de termos dados estruturados e informações claras ao alcance da alta gestão, teremos a oportunidade de sermos ainda mais relevantes no mercado. Se tiver que pensar em um objetivo ou sonho, pense que queremos estar preparados para um IPO nos próximos anos.
Para entender um pouco mais sobre o que ser uma instituição de pagamento pode representar para a Transfero, confira um conteúdo completo sobre o tema!
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