Web Summit: BRZ será colateralizado com real digital, diz CEO da Transfero

Thiago César discursa sobre adoção cripto na América Latina durante evento de tecnologia no Riocentro

Por Redação  /  3 de maio de 2023
Thiago César, CEO da Transfero (Foto: Reprodução/Transfero) Thiago César, CEO da Transfero (Foto: Reprodução/Transfero)

O terceiro dia do Web Summit Rio 2023 foi protagonizado por empresas cripto como a Transfero. Em uma palestra sobre adoção de criptomoedas na América Latina, o CEO da Transfero, Thiago César, explica como a adoção de moedas digitais acontece países dessa região.

De acordo com Thiago César, existe uma importante evolução no mercado financeiro do Brasil, que destaca o país entre os demais da América Latina. Em desenvolvimento pelo Banco Central, César diz que o BRZ Token será atrelado ao real digital.

O CEO da Transfero apresentou uma perspectiva de como será a adoção da CBDC brasileira em protocolos que fazem parte do mercado cripto, como a stablecoin BRZ Token.

Para ele, a CBDC não deve oferecer uma integração direta com projetos de finanças descentralizadas (DeFi). Sendo assim, caberá a projetos como o BRZ Token oferecer essa integração entre o universo cripto e a CBDC brasileira.

“Stablecoins também permitem o acesso ao DeFi. Você tem fiat collateral stablecoins, em que para cada unidade, você tem um colateral no banco. Tem stablecoins que têm colateral em cripto, mas elas ficam sujeitas às variações da moeda subjacente. E tem as algorítmicas, que estabilizam seu valor por meio de um algoritmo.”

Real digital e BRZ Token no Web Summit

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Foto: Reprodução/ Flickr – Web Summit Rio/Piaras Ó Mídheach

O BRZ Token assumirá um papel importante de integração de iniciativas DeFi com o real digital. Thiago César diz que a CBDC precisa de uma stablecoin privada para fazer essa ponte entre finanças descentralizadas e a moeda digital emitida pelo Banco Central.

Para Thiago César, o real digital será centralizado, o que impedirá uma integração total entre o ativo e o universo DeFi. CBDCs são moedas digitais emitidas por bancos centrais, que controlam a emissão, uso e transferências envolvendo o ativo.

“Vamos colateralizar o BRZ com reais digitais. CDBCs servem a muitos propósitos, mas são controlados pelos bancos e Banco Central. Eles não estarão no DeFi, porque não tem interoperabilidade. Tem que ter uma stablecoin privada para fazer esse gateway.”

Adoção cripto na América Latina

Em um breve panorama sobre a adoção cripto na América Latina, Thiago César explica que os países da região utilizam criptomoedas como forma de sobrevivência. Além disso, elas representam uma reserva de valor, alternativa a inflação gerada por moedas fiduciárias de países como Venezuela e Argentina, por exemplo.

“As criptomoedas são usadas em países com problemas a serem resolvidos, como a América Latina. A Venezuela tem uma grande inflação, então lá as criptomoedas são um meio de sobrevivência.”

O mesmo acontece na Argentina, reforça o CEO da Transfero. No país, a inflação já atingiu mais de 100% ao ano, e criptomoedas representam um refúgio contra a inflação para os argentinos.

“Na Argentina, a inflação chegou a 100% ao ano, há um constante fluxo de troca da moeda local em dólares e, consequentemente, um mercado de câmbio disfuncional. O país limita ainda a compra de dólares para seus cidadãos. Naquele país, as pessoas estão usando cripto para proteger suas riquezas e buscar alguma estabilidade monetária. As taxas de juros são altas, por causa da inflação, o dólar é muito comum na economia local, sendo usado para pagar contas em restaurantes e a adoção das criptomoedas está chegando ao varejo.”

Brasil: terra de transferências rápidas

No Brasil, existe um grande potencial e demanda para ferramentas financeiras como o Pix. O sistema, que foi lançado em 2020, se transformou na principal modalidade de transferência de valores e pagamentos.

No entanto, existe uma restrição em relação ao uso do real em bancos fora do país, pontua Thiago César. Para ele, criptomoedas representam um acesso ao sistema internacional monetário devido a essa restrição.

“No Brasil, os brasileiros estão acostumados com transferências rápidas, como o Pix, mas a moeda brasileira não pode ser carregada por bancos internacionais. Em consequência, empresas brasileiras não podem ter contas em dólar ou euro para o comércio internacional. A economia roda com o BRL apenas. No Brasil, as pessoas usam cripto para acessarem mercados internacionais, proteção de ativos e alternativa a controle de capitais.”

BRZ Token como pagamento internacional

“As taxas de juros são mais baixas em comparação à Argentina, mas são ainda altas. O real e as stablecoins dominam o comércio de moedas no Brasil. Isso porque as empresas querem acessar mercados internacionais para transferirem dinheiro. A Transfero emite o BRZ porque quando alguma empresa quer travar seu valor em dólar, elas recorrem ao banco. As empresas brasileiras então recorrem às stablecoins para fazer pagamentos internacionais. Pode ser usada para evitar volatilidade no mercado de cripto. É um fluxo de dinheiro com baixo custo. E você pode trocar por outras moedas muito rapidamente.”

O papel das stablecoins na economia brasileira

Atualmente, o mercado cripto vale mais de US$ 1 trilhão em capitalização. E stablecoins como o BRZ Token, representa uma alternativa ao real para a realização de câmbio entre moedas de países emergentes, como transações entre o Brasil e a Turquia.

“O mercado critpo flutua, está em quase US$ 1 trilhão. As maiores moedas são USDC, USDT e outras versões. Tem centenas de stablecoins. O BRZ faz parte da Stablecoin Foundation, com stablecoins pareadas a moedas de países emergentes. Isso permite, por exemplo, que o Brasil faça negócios com a Turquia sem usar o dólar. E isso é um primeiro passo para desafiar o dólar como moeda de troca e reserva no mundo. Esse movimento está sendo puxada pelos bancos centrais, mas as stablecoins serão fundamentais nesse processo.”

Brasil precisa de stablecoin forte

A integração do real digital com o mercado financeiro internacional acontecerá através de stablecoins como o BRZ Token. Para Thiago César, o país precisa de uma stablecoin forte o suficiente para criar uma integração entre a CBDC brasileira e projetos DeFi.

“No Brasil, pagamos tudo em reais, então porque alguém vai usar um protocolo de DeFi em uma stablecoin pareada ao dólar? O Defi só vai acontecer no Brasil se tivermos uma stablecoin forte em reais. Tesouraria empresarial, por exemplo, pode se beneficiar de stablecoins, porque pode trocar de posição internacional de uma forma muito simples.”

O BRZ Token é uma stablecoin colateralizada ao real digital que representa uma ponte entre a moeda fiduciária e o mercado cripto. Acesse este link e saiba tudo sobre o BRZ Token. Não deixe de acompanhar a cobertura completa do Web Summit, acessando aqui.


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