As criptomoedas têm ajudado o povo venezuelano a sobreviver a crise. Com a inflação descontrolada e a consequente perda de valor da moeda local, bem como as arbitrariedades do governo, esses ativos têm ganhado a confiança dos venezuelanos, sendo uma alternativa à crise. Artigo publicado pelo especialista em criptomoedas Rudá Pellini analisou o papel das criptomoedas na sociedade venezuelana.
O governo de Maduro lançou recentemente a Petro, a primeira moeda fiduciária a utilizar a tecnologia das crypto. No entanto, diversas atividades relacionadas ao mercado crypto são proibidas no país, como a mineração e a atividade de exchanges. Por isso, a exchange P2P LocalBitcoins tem sido vastamente utilizada pelos venezuelanos, representando o quarto maior volume de transações. O país movimenta um volume mensal de aproximadamente US$ 20 milhões na plataforma.
A utilização com o propósito original da moeda
Criada em meio ao grupo cypher punks, o bitcoin possuía como objetivo evitar o controle por parte de governos autoritários. Embora haja o anonimato da carteira bitcoin, sua blockchain é pública, permitindo que o governo acompanhe as transações. Por isso, criptomoedas com camadas extras de anonimato na blockchain como monero e dash tem crescido em adoção na Venezuela. Essa última possui uma grande aceitação no país, formando uma das maiores comunidades do mundo para a criptomoeda.
Além da proteção da privacidade, também há a utilização em questões mais sérias. Com a inflação descontrolada, as criptomoedas são a forma mais acessível para evitar que as reservas financeiras dos venezuelanos percam o valor. Além disso, há relatos de confisco de bens por parte do governo em ações arbitrárias. Uma vez que as chaves privadas das wallets são muito difíceis de serem confiscadas, esses ativos são uma forma real de os venezuelanos protegerem seus bens do governo.
O papel das criptomoedas na economia globalizada
Com diversas formas de aplicação em diferentes cenários econômicos e políticos, as criptomoedas têm se mostrado extremamente versáteis. Essa nova classe de ativos tem viabilizado a união de diferentes comunidades no mundo numa economia cada vez mais globalizada. Assim sendo, são utilizadas tanto por investidores institucionais quanto por cidadãos que não confiam mais no seu governo.
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