Como a aprovação do ETF de bitcoin pode impactar o mercado cripto?

ETF de bitcoin é aprovado nos Estados Unidos, o que pode resultar no aumento da adoção de criptomoedas

Por Paulo Carvalho  /  11 de janeiro de 2024
Foto: Reprodução/SEC via Flickr Foto: Reprodução/SEC via Flickr

A SEC dos Estados Unidos, que funciona como a CVM no Brasil, decidiu aprovar onze pedidos de ETF spot de bitcoin. O anúncio foi realizado no fim da tarde desta quarta-feira (10), impactando no mercado cripto.

Antes mesmo do anúncio, o preço do bitcoin (BTC) subiu no mercado, em uma onda que reverberou em ganhos significativos para outras criptomoedas também. Mas, além disso, o ETF spot de bitcoin pode aumentar a adoção cripto no mercado financeiro tradicional.

Atualmente, o bitcoin está sendo cotado em US$ 47,2 mil através do par BTC/USD. Desde outubro de 2023, a criptomoeda enfrenta uma valorização praticamente contínua, desencadeada pelos pedidos de ETFs que foram apresentados à SEC no último ano.

O que é um ETF de bitcoin?

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© – Shutterstock

A sigla ETF é utilizada para o termo Exchange Traded Fund, ou ainda, troca de fundo comercial em sua tradução livre. Sendo assim, ETF significa um fundo de índice negociado em bolsa.

Um fundo ETF utiliza como índice o valor de negociação de algum ativo no mercado. No caso do ETF de bitcoin aprovado pela SEC, o índice é o preço à vista do bitcoin, ou seja, as cotas acompanham a variação diária da criptomoeda.

Sendo assim, a negociação do ETF spot de bitcoin acontece através da bolsa de valores e em corretoras. No entanto, a gestão do fundo é liderada por gestoras como a BlackRock, que apresentou um pedido de ETF spot de bitcoin para a SEC em 2023.

Aprovação do ETF de bitcoin pela SEC

Desde 2021 grandes empresas do mercado financeiro tentam aprovar um ETF spot de bitcoin nos Estados Unidos. No entanto, o pedido foi negado anteriormente pela SEC, órgão responsável por regular e fiscalizar a oferta de produtos financeiros.

Mas, com a aprovação dos pedidos dos ETFs spot de bitcoin pela SEC, a oferta do fundo poderá ser realizada em bolsas de valores norte-americanas. Os pedidos foram aprovados nesta quarta (10).

No total, onze pedidos de ETFs spot de bitcoin foram aprovados pela SEC. Os pedidos contemplam projetos apresentados por gestoras como BlackRock, Fidelity e Grayscale. Sendo que a negociação dos fundos pode começar nesta quinta-feira (11).

Embora tenha aprovado os pedidos, a SEC recomendou cautela em investimentos como o bitcoin. O próximo passo é oferecer cotas dos fundos, em negociações na bolsa de valores e em corretoras.

Crescimento do mercado cripto

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A oferta de ETFs de bitcoin com índice de preço à vista deve impactar na negociação do BTC e de outras criptomoedas no mercado cripto. Portanto, espera-se um crescimento no volume de negociação, além da capitalização de todo o setor.

De acordo com o CEO da Grayscale, Michael Sonnenshein, os ETFs spot de bitcoin podem aumentar o volume de negociação no mercado cripto. Ele explica que a oferta de criptomoedas através desse tipo de fundo será oferecida por assessores de investimentos, que atualmente representam um mercado de US$ 30 trilhões.

Aumento da adoção do BTC

A aprovação de ETFs spot de bitcoin representa ainda uma integração entre o mercado cripto e o mercado financeiro tradicional. A oferta desse tipo de fundo pode aumentar o número de investidores de criptomoedas.

Com os ETFs, a adoção de investidores institucionais pode crescer nos Estados Unidos, com mais empresas investindo no mercado cripto. Segundo o CEO da eToro, Yoni Assia, a oferta de ETFs spot de bitcoin facilita a entrada de novos investidores no mercado cripto, sem a necessidade de criar uma infraestrutura para a oferta desse ativo.

Uma pesquisa realizada pela Nickel Digital Asset Management em 2023 mostram que 74% das empresas esperam aumentar seus investimentos em criptomoedas em 2024.

A aprovação do ETF spot de bitcoin pode aumentar o volume diário de negociação entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões. Antes dos Estados Unidos, outros países já haviam aprovado ETFs com criptomoedas, como o Brasil e o Canadá.


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