Nos últimos anos, a adoção cripto entre investidores institucionais cresceu consideravelmente, inclusive no Brasil. Mais empresas estão interessadas em investir em criptomoedas, e produtos financeiros como os ETFs de bitcoin podem impulsionar esse crescimento no futuro.
Gestoras como a BlackRock, aguardam a aprovação de ETFs com exposição em bitcoin à vista nos Estados Unidos. Somente a BlackRock possui mais de US$ 10 trilhões em ativos no mercado financeiro, e já apresentou dois pedidos de aprovação para a SEC de um fundo de investimento ETF com exposição em bitcoin, levando em consideração o preço à vista da criptomoeda.
Até então, a SEC dos EUA, que funciona como a CVM do Brasil, não avaliou nenhum dos pedidos de ETFs enviados à comissão em 2023. Antes disso, a SEC já havia negado a aprovação desse tipo de fundo, incluindo um pedido apresentado pela BlackRock em 2021.
No entanto, um estudo divulgado recentemente pela NYDIG mostra que uma grande adoção cripto deve acontecer com a aprovação de um ETF de bitcoin nos Estados Unidos pela SEC. O fundo cripto negociado pela bolsa poderia atrair R$ 150 milhões para o mercado cripto, segundo o relatório.
Aprovação ETF de bitcoin
ETFs de bitcoin são fundos de investimentos negociados na bolsa que se baseiam em índices. No caso dos pedidos enviados à SEC, o índice utilizado é o preço à vista do bitcoin.
Ou seja, o valor do ETF acompanhará a mesma cotação da criptomoeda no mercado, sofrendo as mesmas variações e exposição à volatilidade. Com isso, o fundo representará uma alternativa direta de investimento em BTC, o que pode atrair investidores institucionais.
Existem mais de cinco pedidos de ETFs de bitcoin esperando pela aprovação da SEC dos EUA. Nas últimas semanas, a comissão se pronunciou pedindo mais tempo para analisar os pedidos.
Incremento de R$ 150 bilhões no mercado cripto
A NYDIG publicou um relatório sobre o impacto da aprovação de um ETF de bitcoin à vista nos EUA. O estudo fala que o mercado cripto terá um incremento de US$ 30 bilhões com o fundo aprovado, ou ainda, cerca de R$ 150 bilhões.
A pesquisa levou em consideração desde a reputação das gestoras por trás dos pedidos dos ETFs de bitcoin, como a BlackRock, até a facilidade de investimento na criptomoeda que um fundo de investimento desse tipo representa.
Outro dado apontado pela NYDIG aponta que existem quase US$ 29 bilhões investidos em produtos financeiros atrelados ao bitcoin. Sendo que mais de US$ 23 bilhões pertencem aos investidores dos Estados Unidos.
Dessa forma, a pesquisa conclui que a aprovação do ETF de bitcoin à vista aumentará os investimentos na criptomoeda. Para isso, ela comparou o BTC com o lançamento de ETFs de ouro no mercado, que aconteceu em 2000.
Atualmente, ETFs baseados no metal precioso representam 1,6% de todo o mercado do ouro. Somado a esses dados, o bitcoin possui maior volatilidade, o que significa uma base menor de investidores para alcançar US$ 30 bilhões em investimentos, diz o relatório.
“O bitcoin é cerca de 3,6 vezes mais volátil do que o ouro, o que significa que, em uma base de volatilidade equivalente, os investidores precisariam de 3,6 vezes menos bitcoin do que o ouro em uma base de dólar para obter o máximo de exposição ao risco. Ainda assim, isso resultaria em quase US$ 30 bilhões em demanda incremental por um ETF de bitcoin.”
Adoção cripto
A aprovação desses ETFs deve impulsionar a adoção cripto entre investidores do mercado financeiro tradicional. Portanto, esse fundo de investimento representa uma ponte entre a bolsa de valores e o mercado cripto.
Um ETF de bitcoin à vista nos Estados Unidos, tende a aumentar a adoção cripto entre investidores institucionais, que está em crescimento em países considerados grandes players no mercado de criptomoedas.
No Brasil, onde ETFs com criptomoedas já são negociados pela bolsa de valores (B3), houve um importante crescimento de investidores institucionais. Desde que a regulação cripto foi assinada no país no final de 2022, o número de CNPJs que investem em criptomoedas saltou de 65 mil para quase 90 mil empresas, mostram dados da Receita Federal de junho de 2023.
Várias empresas esperam por avaliação da SEC
Além da BlackRock, outras empresas e gestoras do mercado financeiro apresentaram pedidos de ETFs de bitcoin à vista à SEC. Inicialmente, a comissão deveria apresentar um parecer sobre os pedidos no início de setembro.
Mas, o prazo foi prorrogado sem que os pedidos de ETFs de bitcoin fossem avaliados. Outras empresas que solicitaram aprovações semelhantes à da BlackRock foram Invesco Galaxy, Valkyrie, VanEck e WisdomTree.
O prazo para avaliar o pedido de ETFs dessas empresas era 4 de setembro de 2023. Contudo, no dia 31 de agosto a SEC publicou um nota aumento o prazo para revisar as solicitações dos fundos.
Com isso, o prazo aumentou em 45 dias para a SEC aprovar ou não um ETF de bitcoin à vista nos Estados Unidos. Agora, o prazo máximo da comissão é por volta de outubro deste ano.
Receba o Panorama no seu e-mail
Entrevistas, notícias, histórias, programas e cotações semanalmente na sua caixa de entrada.
