O mercado cripto evoluiu significativamente desde a criação do bitcoin (BTC) em 2009. As redes blockchains foram aprimoradas e novas funções e tecnologias lançadas. Esse é o caso dos contratos inteligentes, também conhecidos como smart contracts.
A ideia não é nova, afinal, foi apresentada há mais de duas décadas pelo jurista e criptógrafo norte-americano Nick Szabo. Entretanto, a implementação aconteceu na blockchain Ethereum em 2015. A rede foi pioneira nessa nova forma de negociação que dá suporte a ferramentas, aplicativos e ativos digitais.
Com a tendência de descentralização de dados do mercado cripto, as finanças descentralizadas (DeFi) está em constante desenvolvimento e usam os contratos inteligentes para isso.
- O que significa smart contract?
- Como funcionam?
- 4 benefícios dos contratos inteligentes
- Onde usar?
- Exemplos de uso
O que são smart contracts?
Os smart contracts são a representação digital de um acordo no qual as partes envolvidas registram e armazenam as condições do negócio na blockchain. A “inteligência” está relacionada a capacidade de executar tarefas automaticamente a partir dessas condições pré-escritas em códigos.
O programa só executa a ação de condições estabelecidas anteriormente entre as partes, característica equivalente a cláusulas de documentos que deu origem a essa referência de ser um contrato. No entanto, nem todas as criptomoedas têm a capacidade de executar estes códigos.
Um documento precisa seguir três princípios para ser um smart contract:
- observalidade: capacidade de entender se todos cumpriram a parte do contrato;
- verificabilidade: capacidade de provar a falta de cumprimento de alguma condição;
- privacidade: garantir que apenas os responsáveis acessem o documento.
Desta forma, não é possível manipular os contratos inteligentes e as informações são públicas, facilitando processos de auditoria.
Como funcionam?
Os contratos inteligentes permitem criar regras além da negociação de compra e venda de criptoativos, como fazer personalização para atender as condições dos envolvidos na negociação e automatizar um fluxo de trabalho, acionando a próxima ação quando as condições forem atendidas.
Os contratos inteligentes funcionam seguindo instruções simples escritas em código em blockchain, como: “se/quando… então…”. A rede executa as ações após as condições predeterminadas serem atendidas e verificadas. Essas ações podem incluir liberar fundos, registrar um veículo, enviar notificações ou emitir uma multa.
As ações são executadas sem o risco de fraudes e alterações, já que os dados na blockchain são criptografados e compartilhados. Outro ponto é que apenas as partes que receberam permissão podem ver os resultados.
Os contratos são códigos na blockchain. Cada nó avalia as transações das regras do contrato e se houver consenso, ou seja, mais de 51% dos computadores concordarem, conclui-se a negociação. Depois do registro, a tecnologia blockchain garante que não haja alteração no documento.
A execução das funções depende dos mecanismos de consensos na rede em que está o smart contract. Para isso, não é necessário inteligência artificial.
Apesar de criados por desenvolvedores, também existem modelos e plataformas que fornecem interfaces para simplificar o registro da negociação.
Smart contracts e a blockchain
A tecnologia blockchain é fundamental para o smart contract funcionar. Além de registrar o contrato com as condições do acordo, a plataforma blockchain também executa automaticamente as condições seguindo os dados do documento digital. Além disso, a personalização das condições do acordo assinado via blockchain possibilita atender as necessidades do negócio.
A blockchain é um protocolo de registro no qual os blocos tem proteção por criptografia e as informações estão de modo linear e cronológico. Após a validação dos dados de um bloco, ele recebe um registro impossível de mudar e se junta aos demais para formar a corrente.
Assim, os contratos digitais encontraram na blockchain uma tecnologia que oferece confiabilidade e segurança. A rede garante a execução automática das condições do acordo, sem precisar de supervisão e controle centralizado de algum banco de dados.
4 benefícios dos smart contracts
Além da garantia do cumprimento das condições estabelecidas no acordo de forma automática, os contratos digitais também possuem como benefícios:
Velocidade
A rede blockchain permite que a verificação de contratos inteligentes aconteça de forma veloz e programada. A descentralização de dados e o registro do contrato digital possibilita a verificação dos dados de forma ágil.
Eficiência
Esqueça os papéis e a execução judicial de contratos. A negociação e a organização das informações do contrato ficam mais eficientes por estar registrado digitalmente.
Confiança
A execução de contratos inteligentes não necessita de terceiros ou da aprovação de algum sistema complexo de banco de dados. Todas as informações da negociação estão armazenadas no contrato digital.
Segurança
Nos contratos convencionais, o documento determina a relação entre as partes. Se uma das partes não cumpre algum dos termos, ela pode ser processada. Já nos smart contracts, não seria necessária uma instituição para validar a operação.
Além disso, a criptografia de dados também está presente nos contratos inteligentes, o que impede que o documento digital seja hackeado, por exemplo. Estar na blockchain também dá aos smart contracts a imutabilidade: qualquer modificação no documento deve ser feita a partir de um novo contrato, uma vez que as transações não voltam na chain. Outro ponto é que a rede também armazena versões anteriores do contrato, logo, é possível acessar o histórico para verificar dados.
Assim, ainda que os usar smart contract não tenha envolvimento de intermediários, ele garante certeza imediata do resultado e evita a perda de tempo.
Como usar os contratos inteligentes?
Por meio de smart contracts é possível criar criptoativos tokens não-fungíveis (NFTs) e até pools de liquidez em blockchains. Por exemplo, a emissão e transações do BRZ acontecem por meio de um contrato inteligente na rede Ethereum.
No entanto, existem outras formas de usar de smart contracts, como em sites de apostas virtuais e redes sociais independentes.
As operações mais comuns são:
- Emissão e controle dos criptoativos e tokens;
- Liquidação de empréstimo em criptoativos;
- Programa de staking;
- Pools de liquidez;
- Jogos blockchain;
- Criação de tokens não-fungíveis (NFTs);
- Metaversos.
Apesar de ser bastante útil no mercado cripto, os contratos inteligentes podem integrar outros sistemas de gerenciamento de dados, por exemplo, no setor de logística, rastreabilidade de cadeias de produção, execução de dívidas e empréstimos de valores.
5 exemplos de uso de smart contract
Confira 5 usos de smart contracts baseados em blockchain para saber mais sobre a aplicação desses contratos:
NFTs: garantia de direitos autorais
Os tokens não fungíveis (ou ‘non fungible tokens’) são os exemplos mais populares de smart contracts. São contratos inteligentes que autentificam a propriedade intelectual de obras, impedindo a cópia de produções. Além disso, os NFTs são formas de se validar a identidade de cada criação. Por aqui, você sabe de tudo o que precisa saber sobre os NFTs.
Campanha de ads digitais
Um contrato inteligente pode incluir condições para que um editor atinja metas predeterminadas.
Quando um oráculo confirma que os editores fizeram o que deveriam, o contrato inteligente aciona o pagamento. Por exemplo, uma cláusula pode estipular que uma conta de mídia social, com muitos seguidores, deve promover um código de desconto. Após 100 compras legítimas usando o código, o proprietário dessa conta de mídia social recebe o pagamento.
Cultivar relacionamento melhor com os clientes
Os smart contracts tornam programas de fidelidade mais inteligentes e eficientes, o que resulta em uma relação melhor entre o consumidor final e a marca.
Por exemplo, uma marca de calçados esportivos pode fazer parceria com um aplicativo de streaming de música e oferecer um tempo de assinatura gratuita se o consumidor criar uma playlist para ouvir enquanto corre. O contrato inteligente garante que essas operações aconteçam sem fraudes e que todos tenham os ganhos.
Melhorar a produtividade de colaboradores
Existe a oportunidade de automatizar o fluxo de trabalho de um gerente de RH usando a tecnologia de contabilidade distribuída. Por exemplo, um funcionário de RH deve confirmar o histórico de emprego e realizar verificações de referência. Um contrato inteligente pode facilitar a integração de novos funcionários, simplificando essas tarefas de verificação.
Além disso, a blockchain pode automatizar responsabilidades, como aplicar termos e penalidades contratuais de funcionários ou o processamento de pagamentos.
BRZ Token Bridge: facilitar transações financeiras
A BRZ token bridge é uma funcionalidade que permite o envio do BRZ, stablecoin pareada ao real, de uma blockchain à outra. Para isso, o ativo é transformado em token ERC-20.