O mercado cripto está em constante evolução logo, desde a criação do bitcoin, muita coisa mudou. Nos últimos dois anos, o termo finanças descentralizadas (DeFi) se transformou em um dos assuntos mais comentados por aqueles que investem em criptoativos.
Antes de entender o que são pools de liquidez, é preciso compreender o conceito de DeFi. Finanças descentralizadas são projetos e ferramentas que foram criadas para dar suporte à economia digital, realizando tarefas conhecidas no mercado financeiro tradicional.
Por meio de projetos DeFi, protocolos de empréstimos, de transações e de emissão de tokens ganharam vida no mercado cripto, por exemplo. Como o próprio termo diz, essas plataformas são conhecidas por sua descentralização de dados.
O conceito de DeFi permitiu ainda a criação dos pools de liquidez. Na tradução do inglês, o termo significa ‘piscinas de liquidez’, um termo figurativo que expressa a alocação de criptoativos em um protocolo de validação de dados em uma rede blockchain.
Agora que você já entendeu mais sobre DeFi, vamos entrar nos detalhes dos pools de liquidez.
O que é um pool de liquidez?
Pool de liquidez é um smart contract que bloqueia tokens ou criptoativos para gerar liquidez para serviços financeiros, como os de uma exchange descentralizada (DEX). Esse mecanismo garante que a oferta de um ativo específico seja suficiente para as negociações que acontecem em uma rede.
Para os usuários que alocam seus ativos em um pool de liquidez — chamados de provedores de liquidez —, o grande benefício está na recompensa recebida em troca. O processo funciona assim:
- Provedor de liquidez define um pool de liquidez para alocar;
- Transfere os ativos exigidos para o smart contract do pool;
- Provedor já recebe tokens específicos que comprovam a sua ação;
- O provedor recebe a sua remuneração de acordo com as taxas e as condições definidas no smart contract.
Sendo assim, os pools de liquidez são mecanismos fundamentais para o funcionamento de redes e protocolos em DeFi, além de DEX e D’Apps (aplicativos descentralizados).
Qual é o objetivo de um pool de liquidez?
O principal objetivo de um protocolo de pool de liquidez é fornecer saldo suficiente para que serviços financeiros em DeFi funcionem efetivamente. Ou seja, eles garantem a realização de uma série de operações nesse ambiente.
Além disso, os pools de liquidez podem representar um tipo de investimento ou instrumento financeiro para os usuários. Afinal, dentro dessa operação, o detentor dos tokens e dos criptoativos recebe uma recompensa por fornecer liquidez para projetos de finanças descentralizadas.
Como instrumentos financeiros, os pools de liquidez facilitam a negociação e a troca eficiente entre tokens, proporcionando uma maneira descentralizada e automatizada de fornecer liquidez aos mercados de criptomoedas.
Como um pool de liquidez funciona?
Um dos maiores desafios de projetos no em DeFi consiste em garantir liquidez plena para sua rede. Os pools de liquidez foram criados para suprir essa demanda, fornecendo liquidez para a rede por meio de tokens e criptoativos alocados por terceiros.
Na maioria das vezes, um pool de liquidez representa um par de negociação de criptoativos no mercado. Portanto, o usuário pode fornecer liquidez para a plataforma apenas se tiver os tokens representados naquele tipo de negociação.
Por exemplo, em um pool de liquidez entre bitcoin (BTC) e tether (USDT), o usuário precisa depositar os dois criptoativos, em uma proporção específica — normalmente é de 50/50, mas pode variar. Depois disso, ele receberá tokens de provedor de liquidez do pool.
Mas, a recompensa por “emprestar” o saldo para a plataforma pode ser paga em outro tipo de token. No caso de usar um pool de liquidez da exchange descentralizada SushiSwap, por exemplo, o usuário receberá a recompensa em sushi (SUSHI).
Market Makers
Os market makers, ou criadores de mercado, desempenham um papel fundamental no contexto dos pools de liquidez. Um market maker é um participante que facilita a liquidez em um mercado, fornecendo constantemente preços de compra e venda para um ativo.
Nas pools de liquidez, os market makers contribuem com seus próprios ativos, criando pares de tokens para negociação. Eles mantêm um equilíbrio de ativos em uma proporção específica na pool e, em troca, recebem tokens de LP (liquidity provider) que representam sua participação.
O papel dos market makers é duplo. Primeiro, eles garantem a disponibilidade constante de preços e ativos para negociação. Isso evita grandes oscilações de preços e torna as transações mais eficientes e convenientes para os usuários. Segundo, os market makers enfrentam o risco de assumir posições em um mercado volátil, o que, por sua vez, ajuda a manter a estabilidade da pool de liquidez e reduz o spread entre os preços de compra e venda.
Ao fazer isso, os market makers contribuem para a liquidez geral do mercado, tornando-o mais atraente para traders e investidores, além de incentivarem a atividade econômica no ecossistema DeFi. Eles também podem ser recompensados com taxas de negociação e, possivelmente, tokens de incentivo adicionais, como forma de reconhecimento por sua contribuição para a liquidez do mercado.
Quais são os prós e os contras de um pool de liquidez?
O pool de liquidez oferece mais autonomia para plataformas descentralizadas. O saldo mantido por usuários dispensa a centralização do controle do protocolo por terceiros.
Sendo assim, as transações tendem a acontecer normalmente, sem nenhum tipo de supervisão. Dessa forma, se tornam processos mais rápidos, mas sem apresentar nenhum risco para a segurança e autonomia das redes ou dos usuários, afinal, a maior parte dos pools de liquidez usam smart contracts — públicos e transparentes.
Essa descentralização, porém, também pode gerar alguns pontos de atenção, como golpes e ataques hackers aproveitando eventuais vulnerabilidades. Esse cenário reforça a importância de estudar bastante sobre o assunto e, quando necessário, contar com empresas e profissionais confiáveis e especializados no tema.
Yield farming
Uma das principais oportunidades relacionadas aos pools de liquidez é o yield farming, que envolve possibilidade de ganho ao fornecer liquidez em pools específicos. Os participantes alocam seus tokens em pools de liquidez, onde os ativos são usados para facilitar as transações e negociações dentro do ecossistema. Ao fazer isso, eles não apenas contribuem para a liquidez do mercado, mas também são recompensados com tokens adicionais, como incentivos, recompensas de negociação ou taxas de juros.
Os maiores pools de liquidez do mercado cripto em 2024
Atualmente, cerca de US$ 56 bilhões em criptoativos estão armazenados em pools de liquidez no mercado cripto. De acordo com o DeFilama, existem 3.288 protocolos que utilizam o mecanismo de TVL para bloquear valores em redes blockchains como Ethereum, Tron, Arbitrum e Solana. Confira as maiores pools de liquidez do mercado cripto em 2024:
- Lido (US$ 21,3 bilhões)
- Maker (US$ 7,99 bilhões)
- Aave (US$ 6,77 bilhões)
- JusLend (US$ 6,05 bilhões)
- UniSwap (US$ 4,08 bilhões)
- Rocket Pool (US$ 2,79 bilhões)
- Summer.fi (US$ 2,49 bilhões)
- Instadapp (US$ 2,18 bilhões)
- Compound Finance (US$ 2,17 bilhões)
- Curve Finance (US$ 2,12 bilhões)
Em quais plataformas os pools de liquidez estão disponíveis?
Os tokens armazenados em pools de liquidez são conhecidos como ‘valor total bloqueado’ (TVL, em sua sigla em inglês). Atualmente, existem mais de US$ 220 bilhões em criptoativos e tokens armazenados nessas ‘piscinas’.
Os pools de liquidez são usados praticamente em todas as plataformas DeFis. Uma exchange descentralizada, por exemplo, não funcionaria sem esse mecanismo, já que não conta com livro de ofertas como uma exchange centralizada.
Além de DEXs, redes blockchains podem ser alimentadas por pools de liquidez. Esse é o caso do protocolo Aave, por exemplo, um projeto em DeFi voltado para operações de lending (empréstimos financeiros descentralizados).
Todos aplicativos financeiros descentralizados necessitam de pools de liquidez. Esses dApps podem tanto ter sua própria ‘piscina de criptoativos’ como também manter uma integração com outra plataforma, que fornece liquidez usando esses pools com tokens e criptoativos.
DefiLlama
É possível acompanhar o TVL nos pools de liquidez em plataformas como a DefiLlama. Trata-se de um serviço de rastreamento e análise no ecossistema DeFi que acompanha o TVL em várias plataformas e protocolos DeFi. Assim, oferece uma visão abrangente das métricas de TVL, permitindo aos usuários acompanhar o crescimento e a evolução do espaço DeFi em tempo real.
O DefiLlama desempenha um papel crucial ao fornecer informações essenciais para investidores, entusiastas e participantes do mercado, ajudando-os a tomar decisões informadas sobre alocação de ativos e estratégias de investimento em um ambiente DeFi em constante mudança. Ao monitorar a TVL em diferentes protocolos, o DefiLlama ajuda a destacar o impacto do DeFi no cenário das finanças tradicionais e a compreender melhor a importância crescente da economia descentralizada.
PancakeSwap
Um exemplo de pool de liquidez é a PancakeSwap, uma plataforma baseada na Binance Smart Chain, que oferece uma variedade de serviços, incluindo troca de criptomoedas e fornecimento de liquidez por meio de pools de liquidez.
Os pools de liquidez no PancakeSwap são conjuntos de ativos digitais mantidos em equilíbrio para facilitar a negociação e a eficiência do mercado. Os usuários podem adicionar seus tokens a esses pools e, em troca, recebem tokens de LP (liquidity provider) que representam sua participação. Isso permite que os detentores de criptomoedas ganhem recompensas proporcionais às taxas de negociação geradas pela pool.
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