Por que o preço do BRZ flutuou durante o caso FTX

CEO da Transfero, Thiago Cesar, explica por que o congelamento de saques da FTX fez com que o mercado negociasse BRZ a menos de R$ 1

Redação  /  12 de novembro de 2022
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Em uma thread no Twitter, o CEO da Transfero, Thiago Cesar, explica como se dá a formação de preços do BRZ e por que, durante a crise de insolvência e congelamento de saques da FTX, o preço da stablecoin se descolou do real brasileiro (BRL), que forma o seu colateral.

Como se sabe, o BRZ é a maior stablecoin não pareada ao dólar do mercado e mantém uma paridade de 1 para 1 com o BRL. Mas essa paridade é determinada pelo mercado. Ou seja, pelas forças compradoras e vendedoras da stablecoin, já que, por manter reservas equivalentes em dinheiro ao total de tokens emitidos, essas forças atuam para que o preço se equilibre em R$ 1.

Segundo Cesar, a corretora FTX sempre foi um dos mercados mais líquidos para o BRZ, mas com o congelamento dos saques que culminou no processo de falência, houve uma corrida nas outras exchanges em que a stablecoin é listada, onde muitos usuários emitiram ordens de venda menores que R$ 1. A situação perdurou apenas por algum tempo, mas logo foi normalizada.

O CEO da Transfero lembra que a assimetria de informação, as barreiras práticas entre corretoras (um usuário da FTX não pode não ter conta na BitGet), as barreiras tecnológicas (BRZ na rede Solana versus rede Ethereum) são razões que quebram a isonomia de um mercado eficiente, permitindo que esse tipo de arbitragem seja feita por alguns agentes do mercado.

No entanto, destaca que, estando o mercado ciente de que pode vender seus BRZ para a Transfero pelo preço de R$ 1, esse tipo de flutuação é a apenas momentânea e que, como tal, tendem a voltar ao equilíbrio, normalizadas as condições para um mercado eficiente.

Confira aqui o fio completo publicado pelo executivo.