O projeto do Facebook para criar uma stablecoin própria, a Libra, esbarrou em um novo entrave para sair do papel: um comunicado do G7. Este é o grupo dos países mais ricos do mundo: Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Itália e Grã Bretanha. Em reunião este mês, ministros da economia e representantes dos bancos centrais das nações do G7 disseram que stablecoins só devem começar a operar quando houver leis adequadas.
As regras são necessárias para que sistemas de pagamento digitais possam desenvolver todo seu potencial. Entram nesta lista, por exemplo, melhorar a eficiência e o acesso aos serviços financeiros e reduzir custos em relação aos métodos atuais. Isto é o que diz o documento conjunto divulgado após a reunião.A avaliação é de que, sem a supervisão devida, as stablecoins poderiam ser usadas, por exemplo, para lavar dinheiro e financiar grupos terroristas. Além disso, sem a regulação, os serviços de pagamento digital podem comprometer a estabilidade financeira. Também ficariam em risco a privacidade dos consumidores e a proteção de seus direitos e a cobrança de impostos, conforme o documento.
G7 já havia falado de stablecoins
“O G7 continua a sustentar que nenhum projeto global de stablecoin deve iniciar suas operações até que se lide adequadamente com as exigências legais regulatórias e de supervisão relevantes”, diz o texto. Ainda conforme o documento, isso seria feito por meio de um desenho especial para o segmento.
Stablecoins são moedas digitais que têm lastro em algum ativo, como uma moeda nacional. Portanto, seu preço é mais estável que o de moedas digitais comuns. Assim, elas protegem o investidor da variação de valor comum aos ativos crypto.
Esta não é a primeira vez que uma nota do G7 representa um empecilho à Libra do Facebook. Em 2019, o grupo disse que era necessário avaliar todos os riscos das stablecoins antes de se permitir sua criação, segundo a Reuters.