‘O DeFi chega para quem não tem acesso a fundos para seus negócios’, diz CEO da a55

Finanças descentralizadas abrem caminho para novos tipos de financiamento de empresas e devem trazer crescimento para o mercado

Por Redação  /  1 de novembro de 2022
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As finanças descentralizadas trazem novos instrumentos de crédito para as startups. Isso se traduz em mais dinheiro canalizado diretamente para a inovação. Na ponta final, o DeFi chega para aqueles que nem sempre teriam acesso a recursos para seus novos negócios, o que traz diversidade para o mercado.

Para Hugo Mathecowitsch, fundador e CEO da fintech a55, já passou da hora de se pensar em outros caminhos para financiamento de empresas, já que o formato clássico, no qual os bancos centralizam a operação, só tem beneficiado uma pequena parcela de pessoas e companhias.

a55: empréstimos para empresas na nova economia

Criada em 2017 por Hugo e seu sócio André Wetter, a a55 foi a primeira fintech no Brasil que desenvolveu soluções específicas para empréstimos para negócios da nova economia, acelerando mais de 600 empresas brasileiras e mexicanas.

Um dos motivos para a criação da fintech é o cenário da oferta de crédito no Brasil.

“Hoje em dia, se você quer receber um aporte grande no Brasil, você precisa ser, preferivelmente, do sexo masculino, hétero, branco, falar inglês e ter estudado em uma universidade americana. Tendo isso, você entra no 0,01% das pessoas elegíveis a terem um sócio de venture capital”, aponta Mathecowitsch.

Para chegar em uma outra forma de investimento, que é ter uma sociedade, as companhias também entram em uma lista pequena de elegíveis, já que precisa ter capital aberto para isso.

“O mercado de crédito organizado como Bolsa não existe no Brasil ou no mundo. Para cada uma operação societária, há 20 operações de crédito. Se existe um mercado que é pequeno, é o de transações societárias, que tem parte ínfima a acesso de mercado de capitais”.

A explicação para essa estrutura, segundo o CEO da a55, é porque o mercado de crédito foi “tratado como lógica de banco”. O DeFi pode mudar isso, ao descentralizar as operações e permitir que cada pessoa invista diretamente em outras, de maneira segura.

“Por que conseguimos comprar uma ação na bolsa mas não temos a possibilidade de usar a poupança para financiar empresas de forma aberta? ”, questiona o executivo. Segundo ele, o DeFi consegue criar mecanismos e infraestrutura para que usuários possam emprestar dinheiro entre si. 

Soluções de crédito a partir de DeFi

a55

Recentemente, a a55 lançou o DeFi-TradFi. em parceria com a Credix. A nova linha usou protocolo de crédito baseado na blockchain Solana para captar recursos para financiar empresas.

“O DeFi  consegue trazer ganho de tempo e transparência, além do acesso a uma base maior de investidores”, comenta Mathecowitsch, que já prepara um novo lançamento de protocolo para o mercado mexicano.

As linhas de código, diz o CEO, conseguem ser mais baratas, rápidas e confiáveis, além de oferecerem a opção para pessoas físicas investirem e usuários internacionais entrarem no mercado brasileiro. 

Revenue Credit, ou crédito por receita

Desde 2018, a a55 opera uma metodologia de concessão de crédito própria: o financiamento baseado em receita futura.

“Nós conseguimos projetar a receita futura das companhias, adiantando o financiamento. É uma forma de levar instrumentos de crédito para a economia conectada”, comenta o CEO. 

Startups de receita recorrente, além de outras empresas de tecnologia, costumam ter uma quantidade variada de dados que podem ser analisados para auferir a projeção de receita. 

“Os dados podem vir de meios de pagamento, de redes sociais, de ERP, de CRM ou, ainda, serem relacionados com o câmbio. De outro lado, levantamos veículos de investimento para poder financiar esses créditos”, exemplifica Mathecowitsch.

Desde 2018, a a55 soma mais de mil operações feitas e mais de R$ 400 milhões foram concedidos em crédito para startups do Brasil e do México.

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