DeFi é fundamental para ganhar escala em crédito, diz CEO da Tecredi

Para Gustavo Pulga, DeFi será o próximo caminho das fintechs brasileiras e blockchain será “meio” para as pessoas conseguirem crédito

Por Redação  /  18 de outubro de 2022
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As finanças descentralizadas, ou melhor, DeFi, chegaram nas fintechs brasileiras e, logo, serão o futuro delas. “Estamos nos momentos iniciais de um novo sistema financeiro mundial”, disse Gustavo Pulga, CEO da fintech Tecredi, em entrevista exclusiva ao Panorama Crypto.

A Tecredi oferece crédito através de uma plataforma digital, com veículos em garantia. A sua operação é 100% digital e com algoritmos próprios para análise, assim reduz o risco da operação e consegue oferecer taxas de juros mais atrativas aos seus clientes, tanto pessoas físicas quanto jurídicas. O DeFi entra no ciclo para turbinar a captação da Tecredi.

A fintech, conta Gustavo, foi a primeira do Brasil a usar uma plataforma de DeFi para captar recursos com investidores. “Isso permitiu que os ganhos fossem repassados aos nossos clientes por meio de taxas de juros mais competitivas, sempre respeitando o perfil de cada tomador”, disse o executivo.

tecredi Gustavo Pulga

A startup brasileira optou pelo DeFi para destrancar a escala do crédito para pessoas físicas. Mais do que isso, é uma forma de as fintechs conseguirem atuar de maneira mais competitiva com grandes instituições, tornando todo o mercado cada vez mais acessível.

Para o executivo, essa será a realidade que as fintechs nacionais terão que abarcar para continuarem inovando e ganhando escala em crédito.

Confira abaixo a entrevista exclusiva com o CEO da Tecredi:

O que faz a Tecredi e quais dores solucionam?

A Tecredi é uma plataforma digital de crédito que utiliza veículos como garantia, reduzindo o risco da operação e oferecendo melhores taxas de juros aos seus clientes. A nossa solução de crédito para financiamentos e refinanciamentos de veículos permite que lojistas e marketplaces realizem em segundos a análise e oferta do crédito. Os nossos parceiros aumentam as suas operações e, consequentemente, os seus lucros, entregando a solução ideal, através de uma experiência ágil e segura aos clientes.

Como a Tecredi usa o DeFi para financiar o crédito dos clientes?

A adoção de DeFi ao redor do mundo, além de criar muitas oportunidades, tem melhorado a eficiência e segurança no acesso ao capital, retirando barreiras e encurtando a cadeia entre oferta e demanda ou investidor e tomador de recursos financeiros. 

A Tecredi foi a primeira empresa no Brasil a realizar captação de recursos financeiros utilizando DeFi. Isso permitiu que os ganhos fossem repassados aos nossos clientes, através de taxas de juros mais competitivas, sempre respeitando o perfil de cada tomador. 

Como funciona a plataforma de DeFi que usam?

Fazemos captação de recurso junto dos investidores, que talvez a gente teria dificuldade ou não teria acesso. Além disso, conseguimos chegar em investidores de outras partes do mundo. Usamos a plataforma da Credix, que faz todo o due diligence, fazemos a captação mais rápido, com taxas menores e mais seguro. Repassamos isso para os clientes. Para nós o DeFi é fundamental para a escala e a obtenção de recursos. 

Por que optaram por DeFi? Quais são os caminhos que o DeFi Finance pode tomar para o mercado B2B?

Estamos acompanhando algumas das disrupções causadas pelas soluções DeFi e queríamos incorporar parte desses benefícios à nossa jornada. 

Estamos nos momentos iniciais de um novo sistema financeiro mundial, em que a Web3.0 oferece oportunidades e desafios que ainda estão sendo desvendados e, não tenho dúvidas que, boa parte das soluções passará pela mão do regulador. 

Acredito que as empresas usarão cada vez mais produtos e serviços financeiros baseados em DLT (Distributed Ledger Technology), para melhorar a eficiência operacional, reduzir custos e dar maior transparência às partes. 

Veremos nos próximos meses, muitas soluções fazendo uso de blockchains e tokenização de ativos. Segundo estudo recente publicado pela Boston Consulting Group (BCG), em parceria com a exchange ADDX, de Singapura, o impacto causado por DeFi pode chegar a 10% do PIB global em 2030, ou seja, estamos falando de algo estimado em US$ 16,1 trilhões. 

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Existe muita coisa ainda a ser feita e, muitas das soluções existentes, estão em fase de validação e provavelmente não sobreviverão. Mas é exatamente esse ambiente de rápida validação e evolução constante que tem atraído a atenção de diversas empresas e profissionais. 

Quais perguntas as fintechs deveriam estar se fazendo mais atualmente? 

Para mim a grande pergunta que deve ser feita por toda a empresa é: como agregar mais valor à solução que estamos entregando ao meu cliente? Apesar de óbvia, essa pergunta retórica exige uma clara definição de propósito, de conhecer a si mesmo, do mercado e principalmente, das dores do cliente. 

Em meio a constantes inovações tecnológicas e modismos, separar aquilo que realmente faz sentido e vale a pena ser incorporado ao processo passa a ser fundamental, para não perder o foco e acabar tendo o seu valor reduzido perante os clientes.

É um fato que o DeFi oferece oportunidades para que as fintechs melhorem processos e aumentem a eficiência. Cabe a cada empresa entender: O quê? Como? e Quando? .

Como o blockchain muda o jogo para as fintechs? E como ele vai chegar para as pessoas? 

Os benefícios advindos do uso de blockchain não são iguais a todas as empresas, tampouco os desafios, esforços e custos para a sua adoção. Cada fintech terá a sua própria jornada de descoberta e de maturidade. 

O que para mim está mais claro é que, em algum momento, as soluções de blockchain serão incorporadas às soluções das fintechs, em uma camada invisível para os usuários finais. 

Se pensarmos na internet como analogia e exemplo, a maioria das pessoas não estão interessadas em saber sobre protocolos de comunicação ou ferramentas de segurança. Eles fazem uso dessas tecnologias para resolverem problemas/dores que em nada tem a ver com tecnologia. 

É assim que vejo as soluções de blockchain, como meio e não fim, para melhorar segurança, reduzir etapas e melhorar a eficiência de transações financeiras, contratação de serviços e compra de produtos.

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