Ethereum 2.0 promete blockchain mais rápida e sustentável

Nova forma de validação demanda menos energia, e empresa acredita que será possível rodar a rede em laptops ou mesmo smartphones

Por Redação  /  27 de janeiro de 2021
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O sucesso do Ethereum se tornou, ao mesmo tempo, uma bênção e uma maldição para a blockchain. Isso porque o grande número de projetos acabou congestionando a rede e elevando seus custos de operação. Assim, sua evolução, o Ethereum 2.0, vem ajudar a resolver essas questões.

De acordo com a própria empresa, o Ethereum 2.0 é uma série de “atualizações que vão tornar o Ethereum mais escalável”. Ou seja, vão garantir que ele possa crescer sem lentidão ou outros problemas. A companhia explica que diversos times trabalham para desenvolver essas melhorias, que também devem tornar a blockchain mais segura.

Principais mudanças com o Ethereum 2.0

Uma das diferenças na nova versão da blockchain diz respeito a sua segurança, que passará a ser feita por proof-of-stake (PoS) e não mais por proof-of-work (PoW). Essa mudança já começou, pois o Beacon Chain entrou no ar em 1º de dezembro.

Mas ele não substitui a rede principal do Ethereum, ele vai passar a coordenar essa rede. Segundo a empresa, o Beacon Chain não é capaz de lidar com contas ou smart contracts — diferentemente da rede principal. Porém, seu papel vai mudar ao longo do tempo, e a tendência é que ele se conecte à rede principal.

Ao trazer o PoS para o Ethereum, o Beacon Chain também aumenta a sustentabilidade dessa blockchain do ponto de vista ambiental. Isso porque o PoS exige menos energia na validação dos blocos do que o tradicional PoW (método da mineração).

O Beacon Chain também é o passo que abre o caminho para as outras mudanças que o Ethereum 2.0 traz. Com o estabelecimento do staking como mecanismo de consenso, será possível o Ethereum adotar os shards. Estes são uma solução para aumentar a escalabilidade e capacidade da blockchain.

ethereum

Atualização ajuda a descentralizar blockchain

Os shards dão mais capacidade para a rede armazenar e acessar dados, aumentando o número de transações por segundo. Eles também permitem ganho de escala sem comprometer a descentralização da rede. Isso porque eles não aumentam a base de dados, o que exigiria computadores potentes. Em vez disso, criam-se cadeias menores (os shards), e cada validador só precisa armazenar e processar as informações de seu shard, e não da rede inteira como é hoje.

“Mas eles não serão usados para executar código”, ressalva a Ethereum. “Os detalhes ainda estão sendo definidos”, explica. A previsão é que esse mecanismo entre em funcionamento em algum momento deste ano.

Com a menor exigência de processamento nos equipamentos, a Ethereum acredita que chegará o dia em que será possível rodar a blockchain em um laptop ou celular.

O passo seguinte em direção ao Ethereum 2.0 deve chegar à rede em algum momento entre 2021 e 2022. Sua chegada marcará o fim do proof-of-work no Ethereum, concluindo a migração para o proof-of-stake.

Convocação de validadores

Enquanto os outros dois passos aconteciam em uma espécie de rede paralela à rede principal do Ethereum, o docking marca a fusão entre esses dois universos. É nesse momento que as novidades aportam de vez na blockchain, e as duas redes se tornam uma.

Assim, a capacidade de processar smart contracts, exclusiva da rede principal, vai se unir ao PoS, antes restrito ao Beacon Chain.

Em seu site, o Ethereum explica que quem tem sua criptomoeda (ETH) ou usa aplicações baseadas na blockchain não precisa fazer nada, apenas aguardar as novidades. Contudo, convoca quem estiver interessado em se tornar um validador por meio de staking a se envolver com o projeto.