A maior e mais duradoura conferência sobre blockchain e Web3 teve mais uma das suas edições: o ETHDenver, que aconteceu entre os dias 2 e 5 de março na capital do Colorado, reuniu mais de 15 mil participantes entre entusiastas, desenvolvedores, investidores, empreendedores e curiosos.
Um dos participantes fui eu, Fernando Oyo, Community Brand Manager do BRZ, a maior stablecoin não-dólar do mundo, que junto com o Thiago Rudiger, Global Director of Growth da Transfero, fomos a Denver e, aqui, trago as minhas impressões sobre a conferência e o futuro da rede Ethereum.
Confira!
BUIDLWeek: workshops e novos projetos antes do evento
Apesar do ETHDenver começar apenas no segundo dia de março, Denver já estava repleta de interessados em cripto uma semana antes para um outro evento: a #BUIDLWeek.
Nessa espécie de pré-evento, foram inúmeros workshops realizados para falar sobre a rede Ethereum, Web3, blockchain e muito mais. O grande atrativo da #BUIDLWeek, porém, foi o hackathon, ou, #BUIDLathon, uma maratona de programação para o desenvolvimento de novos projetos e soluções.
Como era de se esperar, grandes ideias saíram dali e é provável que esses projetos ganhem vida nos próximos anos. Os melhores projetos criados na #BUIDLWeek foram apresentados ao público no último dia do ETHDenver. As categorias foram:
- Impact and public good – Regenlandia;
- DAO Town – DAO and community;
- Metalqnd – NFT, gaming e metaverso;
- DeFi District – DeFi.
O projeto que mais me chamou atenção foi o 0VIX, um dApp na Polygon que tem o seu foco nos ZK-rollups — que teve muito destaque em Denver e vou falar um pouco mais sem seguida.. Aliás, é provável que algumas novidades sobre a parceria desse projeto com o BRZ sejam anunciadas em breve.
ZK-rollups: a palavra-chave no evento
Se fosse para escolher uma palavra-chave para o ETHDenver, com certeza seria o termo ZK-rollup. A sigla significa “zero knowledge”, que indicava um maior anonimato quando o conceito foi criado ainda na década de 1980. Agora, essa ideia foi adaptada para permitir que uma transação seja validada independentemente do conhecimento entre as partes envolvidas.
Na prática, os ZK-rollups são soluções de Layer 2 que ajudam a aumentar a velocidade de processamento de uma rede, como a Ethereum, ao criar redes paralelas que armazenam as informações principais e depois transferem dados mínimos para a Mainnet, ou seja, a rede principal, mas sem sobrecarregá-la.
E foram os projetos que envolviam os ZK-rollups que mais se destacaram no evento, atraindo olhares de todos os lugares do mundo para entender mais sobre essas soluções e como elas podem beneficiar todo o ecossistema Ethereum.
O Thiago Rudiger concordou com a minha percepção de que os projetos envolvendo os ZK-rollups foram os que mais chamaram a atenção.
“Sem dúvidas um dos termos mais vistos durante o ETHDenver foi ZK-rollups, há muitos times extremamente qualificados e com excelente track record trabalhando em soluções de escalabilidade baseadas no conceito de zero-knowledge”.
DAO, DEX e análises de crédito via blockchain
Além dos ZK-rollups, outros assuntos foram abordados durante o ETHDenver e me chamaram a atenção, principalmente as oportunidades e os projetos de DAOs e DEXs, que muitas vezes foram apresentados pelos próprios fundadores.
Além disso, algumas apresentações focaram também em soluções em blockchain para o mundo real. O projeto que eu mais me interessei foi sobre o uso da blockchain para tornar a análise de crédito mais justa e menos burocrática.
ETHDenver: um evento aberto para todas as chains
“Uma coisa que me chamou bastante atenção é que este é um dos eventos mais DeFi-driven que já tive a oportunidade de ir. Havia diversos representantes de exchanges centralizadas, porém os booths eram muito focados em soluções descentralizadas”, disse Thiago Rudiger.
Um ponto importante que eu reparei durante os dias de evento foi a abertura para que outros projetos, tecnologias e blockchains também tivessem espaço entre os principais temas abordados ao longo da conferência.
Foi muito interessante perceber que players importantes do mercado cripto não estão preocupados apenas com as suas soluções e projetos, um indicativo de que um futuro descentralizado é realmente possível.
O ETHDenver, portanto, era verdadeiramente um evento descentralizado. E foi isso que o Rudiger também percebeu e destaca:
“Fiquei bastante impressionado com a presença da comunidade Polkadot no evento. Diversos membros da Parity, Moonbeam, Astar, Pendulum [entre muitos outros] estavam presentes e muito receptivos para contar as novidades do ecossistema.”
Side events ampliam o networking do ETHDenver
Qualquer grande evento de cripto ou blockchain costuma ter muitos side events na mesma cidade para aumentar ainda mais a oportunidade de networking e discussões sobre os mais variados temas. No ETHDenver isso ficou ainda mais nítido, com eventos paralelos para os mais diversos perfis tomando conta da cidade.
O mais curioso é que nem sempre é fácil acertar o side event ideal para os seus objetivos na conferência. Eu, por exemplo, participei de alguns imaginando um clima mais descontraído e encontrei praticamente reuniões de negócios. E em uma conversa despretensiosa com alguns participantes do evento em um bar que tive as minhas discussões mais produtivas.
Eu e o Rudiger também fomos convidados para um side event da Moonbeam, a maior parachain da Ethereum.
“Tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente seu fundador, Derek Yoo, que deixou claro o potencial que eles veem no desenvolvimento de soluções para a América Latina. O Derek fez questão de nos apresentar aos principais fundadores do ecossistema e ficamos impressionados com o nível técnico da comunidade. Estamos animados com o lançamento do BRZ nessa parachain.”
Como expliquei, o ZK-rollups tomaram conta do ETHDenver, mas você sabe exatamente o que são e por que eles beneficiam a rede Ethereum? Que tal entender mais sobre eles neste artigo aqui?
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