Crise da FTX: entenda o que aconteceu

Entenda o que aconteceu com a FTX, resultando em sua falência, e porque a crise e seus desdobramentos não afetaram o BRZ

Por Redação  /  16 de novembro de 2022
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Na última semana, a FTX protagonizou uma grave crise, que resultou em seu pedido de falência e na renúncia de seu então CEO, Sam Bankman-Fried, ao cargo. Ele publicou, inclusive, um pedido de desculpas no Twitter, assumindo a culpa pelos problemas de liquidez da empresa. 

A falência da empresa deixou mais de 3 milhões de clientes, incluindo fundos de investimento, personalidades globais e empresas, sem saberem como recuperar seus investimentos.

O que aconteceu com a FTX?

O ecossistema da FTX era composto por 130 empresas e administrava mais de US$ 50 bilhões em ativos, em sua maioria, garantidos pelo token FTT. Os rumores sobre a má gestão dos recursos começaram a circular a partir de 2 de novembro, após a divulgação, pelo CoinDesk, de um balanço que supostamente mostrava que grande parte dos US$ 14,6 bilhões em ativos da Alameda eram mantidos em FTT.

Houve uma forte queda no valor do FTT, o que levou os investidores a uma corrida para saques de seus valores junto à corretora. A Binance noticiou que compraria as operações da empresa, em 9 de novembro, mas desistiu no dia seguinte, alegando que “os problemas da FTX estariam além de sua capacidade de ajuda”.

Conforme reportagem da Reuters, ao menos US$ 1 bilhão em fundos de clientes desapareceram da plataforma FTX. 

A Reuters informou que fontes disseram que Bankman-Fried teria transferido US$ 10 bilhões em fundos de clientes da corretora para a trading Alameda Research. 

John Ray, que assumiu o cargo do CEO da FTX, afirmou ter ocorrido um “acesso não autorizado a certos ativos”, mencionando investigações de um possível ataque hacker.

Em comunicado, a FTX explicou que “o alívio imediato do Capítulo 11 do Código de Falências dos Estados Unidos propicia ao Grupo FTX a oportunidade de avaliar a situação dos ativos e desenvolver um processo para maximizar as recuperações para as partes interessadas”.

A situação interferiu no mercado cripto, trazendo maior volatilidade. O bitcoin, por exemplo, chegou à casa dos US$ 16 mil no último sábado, dia 12 de novembro. Além disso, o caso levantou novamente a importância da regulamentação de criptomoedas e do amadurecimento do mercado. 

Crise não afetou a Transfero

Apesar de o preço do BRZ, stablecoin pareada ao real brasileiro, ter oscilado, a Transfero não foi afetada pela crise da FTX. Isso porque, de acordo com Thiago Cesar, CEO da empresa, a Transfero detém a custódia dos ativos que dão garantia ao BRZ.

Em comunicado enviado aos seus clientes, a Transfero reforçou sua solidez operacional e destacou que não tem exposição relevante à FTX, pois mantém sua custódia de ativos digitais junto à Fireblocks, maior e mais respeitada custodiante de criptoativos do mundo.

A perda de paridade do BRZ, segundo Cesar, ocorreu porque houve uma corrida nas outras exchanges em que a stablecoin é listada, nas quais muitos usuários emitiram ordens de venda inferiores a R$ 1. Mas, a situação já está normalizada.