Os security tokens, ou STOs, são um mercado de US$ 160 trilhões. STOs são ativos digitais descentralizados que se referem a um valor mobiliário – títulos, ações, etc. Esse inclusive deve ser o próximo grande passo do mercado de tokens e criptomoedas, avaliam representantes desse ecossistema que estiveram presentes no Fórum Blockmaster 2019, em São Paulo (SP).
Diversos países já estão com regulação avançada em relação aos STOs, entre eles EUA, Canadá, Lichtenstein, França, Estônia, Hong Kong e outros. Na visão de Alex Nascimento, da UCLA, nos Estados Unidos, a emissão do token da Blockstack foi emblemática, tendo sido a primeira totalmente aderente à regulação da SEC.
O Brasil não está de fora desta. Na semana passada, a proposta da criação de um sandbox regulatório foi colocada em consulta pública pela CVM. As empresas e representantes desse mercado terão até 27/9 para enviarem suas manifestações e propostas de melhoria no regulamento.
“Os sandboxes regulatórios têm se consagrado internacionalmente como instrumento eficaz no fomento à inovação no mercado financeiro e de capitais por meio da modulação temporária do ônus regulatório e da orientação aos empreendedores sobre as normas legais e regulamentares aplicáveis às suas atividades”, afirma Antonio Berwanger, Superintendente de Desenvolvimento de Mercado (SDM/CVM).
Security tokens são evolução do mercado tradicional
Os STOs têm grande potencial porque são vistos como a evolução do mercado de capitais e não efetivamente do mercado de crypto. “Poucas pessoas de crypto investem em STOs”, afirma Bernardo Quintão, da Liquia Digital Assets.
Alex Nascimento reforça essa visão, afirmando que a fase dos ICOs já passou. Agora são emitidos apenas security tokens ou utility tokens.
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O mercado identifica diversas oportunidades de tokenização de ativos físicos. Entre eles, arte, direitos autorais, etc, que hoje são quase impossíveis de serem acessados pelo pequeno investidor. “Os STOs vão destravar quando a parte referente à negociação desses ativos destravar”, avalia Fernando Carvalho da QR Capital.
Para Alex Nascimento, os primeiros ativos a serem tokenizados serão fundos de venture capital e de crowd equity, mas as possibilidades são quase infinitas. “Você vai ter tokenização até de jogador, de clube de futebol, etc”, opina.