A adoção de moedas digitais já é realidade em algumas cidades no Brasil. Existem três localidades no país que usam um ativo digital atrelado ao real para distribuir renda para a população carente.
Embora não utilizem a tecnologia blockchain, as moedas Aratu, Mumbuca e Amigos do IGV são projetos que desenvolveram um ativo que funciona por meio de transações digitais.
Enquanto o real digital não é desenvolvido pelo Banco Central, instituições desenvolveram moedas digitais para promover a distribuição de benefícios sociais, além de aquecer a economia local.
Mumbuca (Maricá-RJ)
A cidade de Maricá, no Rio de Janeiro, desenvolveu a moeda digital Mumbuca. Com preço atrelado ao real, cada unidade do ativo custa R$ 1,00 e pode ser usada em comércios locais. A moeda social foi criada em 2013, com o objetivo de tirar a população da extrema pobreza.
No total, mais de 42 mil pessoas já usaram a Mumbuca na cidade. Um dos motivos foi a distribuição do ativo pela prefeitura do município, criando um programa de renda básica na região com o valor equivalente a R$ 170,00 para a população mais carente.
Além da moeda social que funciona utilizando um cartão magnético, a cidade criou um banco para promover o uso do ativo, que já é aceito em 18 mil estabelecimentos.
Aratu (Indiaroba-SE)
Assim como a Mumbuca, a pequena cidade de Indiaroba, no Sergipe, está desenvolvendo sua moeda digital. Chamada Aratu, o ativo foi inspirado em um pequeno caranguejo que existe na cidade.
O aratu foi transformado em uma moeda social criada pela prefeitura da cidade para promover a distribuição de renda, fortalecendo a economia local. A moeda funciona com intermédio de um banco, e é aceita no comércio da cidade.
Os recursos da moeda social são destinados por contratos firmados entre a prefeitura e empresas que prestam serviços para a cidade. Em cada contrato celebrado, 1% do valor é destinado para fomentar o projeto Aratu.
Amigos do IGV (Florianópolis-SC)
Uma ONG (Organização Não Governamental) de Florianópolis, Santa Catarina, criou a moeda digital Amigos do IGV. O Instituto Pe. Vilson Groh (IVG) é responsável pelo projeto, que já atendeu mais de 20 mil pessoas em iniciativas de combate à fome.
A ONG utiliza a moeda social para distribuir benefícios para pessoas que vivem em comunidades na capital catarinense. No total, o projeto já distribuiu R$ 600 mil graças ao ativo Amigos do IGV. O projeto é mantido por doações e 53 estabelecimentos já aceitam a moeda digital na região.
Além das moedas digitais criadas para esses projetos sociais, os brasileiros também utilizam o BRZ, um criptoativo pareado ao real, a maior stablecoin não-dólar do mundo. Cada vez mais consolidada no mercado, o BRZ abre uma série de oportunidades para quem quer investir no exterior ou empresas que desejam atuar no Brasil.