Falta pouco mais de um mês para a primeira edição do Web Summit fora da Europa e o Rio de Janeiro está se preparando para receber especialistas, investidores e entusiastas, em quatro dias de atividades como palestras de representantes de empresas de tecnologia, marketing, finanças e, é claro, do mercado cripto.
Reunindo empresas que são referência em seu segmento, como a Transfero, Yuno, Oxygen e Movile, a expectativa é de um grande evento na Cidade Maravilhosa. E é essa a percepção de Artur Pereira, vice-presidente e country manager do Web Summit.
Em entrevista exclusiva ao PanoramaCrypto, Artur falou não apenas sobre o que está esperando para a conferência no Rio de Janeiro, mas também quais são os planos do Web Summit para os próximos anos.
“O Web Summit Rio será o maior evento de tecnologia do Brasil e faz parte do nosso plano de expansão global. É a primeira edição realizada fora da Europa e o objetivo é lançar um crescente holofote sobre o ecossistema dinâmico e em rápida expansão da América Latina.”
Continue a leitura para conferir a entrevista completa.
Por que o Rio de Janeiro foi o escolhido para receber o evento?
“Após analisar propostas de várias cidades do país, o Rio de Janeiro foi escolhido como sede para os próximos três anos. A indústria brasileira de tecnologia e startups está se expandindo rapidamente, com 21 empresas unicórnios, e a reputação do Rio de Janeiro como um centro de startups está ganhando reconhecimento global.
Além disso, o apoio de entidades públicas e privadas brasileiras, aliado à dedicação de Eduardo Paes, prefeito do Rio, desempenhou um papel crucial para essa decisão”.
Qual é o principal objetivo com o evento no Rio?
“Estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros, incluindo Prefeitura do Rio, Invest.Rio e Senac/Fecomercio, para garantir que o evento não apenas estimule a economia local, mas também impulsione o crescimento do ecossistema de tecnologia na região.
No geral, o Web Summit no Rio tem potencial para ser um catalisador significativo para o ecossistema de negócios brasileiro, abrindo novas oportunidades de crescimento e investimento local e globalmente”.
Quais são os benefícios para as empresas brasileiras?
“O Web Summit Rio é uma excelente oportunidade para mostrar o vibrante cenário empresarial e de investimento do Brasil para o mundo. Reunir jornalistas, empresários e investidores de todo o mundo pode facilitar a troca de ideias, melhores práticas e oportunidades de negócios, fomentando a inovação e o crescimento.
Ao fornecer uma plataforma para as empresas brasileiras apresentarem seus produtos e serviços, o Web Summit Rio ajudará a elevar o perfil das empresas brasileiras e atrair investidores internacionais.
Além disso, o Web Summit Rio servirá como uma valiosa oportunidade de networking para investidores e empreendedores brasileiros se conectarem com potenciais clientes e parceiros de todo o mundo. O evento facilitará conversas e colaborações valiosas que podem ajudar a acelerar o crescimento e a inovação dos negócios no Brasil e além”.
E para o Rio de Janeiro?
“É preciso considerar as vantagens a longo prazo de sediar um evento como o Web Summit é crucial, em particular o impacto no posicionamento. Nossos países anfitriões uniram forças conosco como parte de sua abordagem estratégica para atrair investimentos e se estabelecer como centros tecnológicos de longo prazo.
Embora os benefícios de curto prazo do turismo sejam atraentes, o que realmente muda o jogo é o apelo das cidades para atrair a próxima geração de empreendedores e fornecer um ambiente para que eles façam negócios e construam suas empresas”.
O que a edição no Rio vai apresentar de novo?
“Nossa missão é criar conexões significativas para nossos participantes. Não à toa, temos uma equipe dedicada com mais de 50 engenheiros, gerentes de produto e designers trabalhando para criar nosso próprio software internamente.
A ideia é que essa solução específica para o evento melhore ainda mais a experiência de cada participante, facilitando a conexão e o envolvimento em conversas significativas.
Outra das nossas iniciativas é o Night Summit, onde muitas dessas conexões acontecem. Para esta primeira edição no Rio, o Night Summit levará nossos convidados a bairros históricos como a Lapa, para garantir que eles tenham uma experiência completa no Rio e descubram mais da cidade além do RioCentro.”
Quais são os números e principais atrações dessa edição?
“Esperamos reunir mais de 15 mil pessoas no RioCentro, com mais de 300 palestrantes, 500 jornalistas, 900 startups e 500 investidores.
Algumas das maiores empresas brasileiras estarão presentes no Web Summit Rio, como a Transfero, assim como algumas grandes delegações comerciais de todo o mundo.
Entre a lista de palestrantes confirmados estão nomes como Meredith Whittaker, presidente da Signal; Kondzilla, o YouTuber brasileiro; Naomi Gleit, chefe de produto da Meta e também um de seus funcionários mais antigos, ou Rafael Stark, CEO e fundador do Stark Bank”.
O que o Rio e as empresas brasileiras podem aprender com a edição em Lisboa?
“A primeira edição em Portugal foi um sucesso imediato! A mudança para Lisboa em 2016 permitiu-nos duplicar a capacidade do evento face ao ano anterior em Dublin – tínhamos superado a infraestrutura disponível em Dublin.
Pudemos receber muito mais startups, investidores, empresas expositoras ou jornalistas que vieram vivenciar o evento.
O Web Summit tem crescido desde então, e no ano passado esgotou mais cedo do que nunca, atingindo a capacidade de 71.000 participantes de 160 países. Em última análise, procuramos as melhores casas para nossos eventos”.
Qual foi o impacto econômico do Web Summit em Lisboa?
“Segundo estimativas do governo português e de vários meios de comunicação, o Web Summit contribui anualmente com centenas de milhões de dólares para a economia do país.
O The Guardian noticiou que o evento vale 200 milhões de euros para a economia lisboeta, mas para além disso dá um impulso à reputação da cidade, servindo como um fator crucial para atrair empresas globais e impulsionar o progresso económico do país.
Além disso, o Web Summit tem ajudado a aumentar a visibilidade global das empresas portuguesas, atraindo investidores e meios de comunicação social de topo para as nossas cidades-sede.
Como resultado, Lisboa é agora reconhecida como um hub internacional de tecnologia, alinhando-se com a estratégia da cidade para o reconhecimento global”.
Pensando nas startups, como elas podem se beneficiar?
“Um estudo recente da Dealroom revelou que as startups sediadas em Lisboa estão atualmente 27 vezes mais valorizadas do que em 2016, ano em que o Web Summit chegou à cidade.
Embora este crescimento significativo não seja atribuído apenas ao Web Summit, acreditamos que também contribuímos para aumentar a visibilidade de Lisboa junto da comunidade tecnológica e colocá-la no mapa global das capitais tecnológicas.
Desde o início do evento em Lisboa em 2016, várias grandes empresas, como Mercedes, BMW, Google, Cisco, Revolut, Nokia e Uber, estabeleceram escritórios na cidade”.
Quais são as expectativas para os próximos anos de Web Summit?
“A nossa ambição é tornar o Web Summit ainda mais global do que é. É dominado pela participação europeia e norte-americana.
A participação do Brasil, desde que anunciamos o Web Summit no Rio, cresceu significativamente, é o mercado de maior crescimento em Lisboa, com mais de 2 mil brasileiros, além do grande salto no número de startups brasileiras.
Pensando em outros países, há partes do mundo onde eu adoraria ver a participação aumentar, como África e o Oriente Médio”.
Quer entender mais sobre os impactos positivos que o Web Summit Rio vai gerar para a Cidade Maravilhosa? Confira as expectativas para os próximos seis anos de evento!
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