Entenda como o desligamento de mineradoras na China interferiu no bitcoin

Mais de 90% de todas as mineradoras de bitcoins na China foram fechadas, o que causou o declínio do hashrate; entenda essa métrica e os impactos ao mercado

Por Redação  /  25 de junho de 2021
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Além da queda na cotação do bitcoin, o fechamento de mineradoras na China causou outro efeito, a redução da taxa de hash – métrica que indica toda a capacidade de poder computacional para validar as transações. Como a China respondia por cerca de 65% da mineração em todo o globo, o desligamento das mineradoras diminuiu a capacidade de toda a rede, impactando diretamente essa taxa.

Para entender melhor o hashrate, é preciso saber que as operações nos data centers visam duas recompensas: o conjunto de todas as taxas que são pagas para cada bloco de transação e a recompensa programada no bloco.

“Hoje são gerados cerca de 900 bitcoins por dia e todo esse poder computacional está competindo em busca dessa recompensa. Então, uma queda no hashrate leva a uma competição menor pela mesma recompensa”, explica o diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, Safiri Felix. Com isso, segundo ele, a rede fica menos eficiente.

“Porém, existe um protocolo de autoajuste. A cada duas semanas, ocorre um ajuste da dificuldade, adequando a prova de trabalho para a taxa de hashrate”, afirma. O próximo ajuste deve ocorrer em 30 de junho.

Migração das plantas de mineração

Além disso, o diretor da Transfero menciona que enquanto a China está reprimindo a atividade, outros países estão estimulando, e isso trará equilíbrio ao mercado. Ou seja, os mineradores que desligaram seus equipamentos em função das restrições devem realocá-los em outros lugares, onde sejam bem-vindos.

“Obviamente o processo de migração das plantas de mineração não será simples. Mas há alternativas como Estados Unidos, Canadá, alguns países do Leste Europeu e agora El Salvador, que não têm restrições e ainda contam com maior diversidade de fontes de geração de energia”, observa Safiri.

Estímulo à energia renovável

Outro detalhe, segundo Safiri, é que com  esse movimento da China, a questão do uso de energias não renováveis também se resolve, uma vez que o país contava com diversas plantas de mineração que utilizavam como fonte de energia o carvão.

“A perspectiva é que a mineração aumente o consumo de energia. No entanto, fora da China, a chance de utilização de fontes renováveis é muito maior”, explicou, lembrando que maior consumo de energia não significa, necessariamente, aumento das emissões de carbono.


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