Dynasty: criptomoeda lastreada em imóveis

Empresa fundada por brasileiros e sediada na Suíça pretende emitir no primeiro trimestre do ano que vem token lastreado em imóveis no valor de US$ 150 milhões

Por Redação  /  4 de janeiro de 2019
(Crédito: 123RF) (Crédito: 123RF)

Uma oportunidade de investir no mercado imobiliário com criptomoedas. Essa é a proposta da Dynasty, empresa fundada pelos brasileiros Eduardo Carvalho e Fábio Asdurian em 2016, e sediada no CryptoValley, em Zug, na Suíça. A firma pretende lançar no primeiro trimestre de 2019 seu token lastreado em ativos imobiliários baseado na plataforma Ethereum. A proposta é captar, nessa primeira etapa, US$ 150 milhões para a compra de imóveis globais localizados nos principais centros comerciais (NY, Londres, Paris e Lisboa), todos já mapeados pela empresa.

Da oferta inicial prevista, metade será dirigida a investidores qualificados e a outra metade ao público em geral. Depois da primeira tranche, estão previstas outras três de mesmo valor com um intervalo de um ano entre elas. Ou seja, ao todo, serão captados US$ 600 milhões. Num primeiro momento, a oferta se concentrará na Europa. O ICO está em processo de aprovação pelas autoridades Suíças. Contudo, investidores brasileiros que tenham acesso ao mercado europeu podem participar. Mas a empresa já tem planos para entrar com um pedido no Brasil no próximo ano.

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Segundo o sócio fundador da companhia, Eduardo Carvalho, quando houver a oferta pública, o D¥N deve atrair um investidor mais conservador, em busca de uma rentabilidade acima da média do mercado. Além disso, pessoas que tiveram perdas ao longo deste ano tendem a se interessar pela oferta como estratégia de diversificação.

Tendência a se valorizar

A criptomoeda terá como referência de valor o portfólio mapeado pela companhia, todo auditado por firmas especializadas. Embora o valor da criptomoeda possa ser impactado por uma baixa do mercado como um todo, seu valor tende a não ser inferior ao lastro, que é o preço dos imóveis do portfólio. Por isso, o D¥N terá a tendência de ser mais estável do que criptomoedas sem um lastro.

Carvalho conta ainda que os imóveis estão sendo comprados com 7% a 12% de desconto em relação ao valor de mercado. Em razão disso, eles tendem a se valorizar. Dessa forma, a criptomoeda deve refletir a valorização do portfólio. “Não é regra, porque quem vai dizer o preço é o mercado”, afirma Carvalho.

Carvalho e seu sócio Fábio Asdurian são originários do setor imobiliário. Por isso, tiveram facilidade em mapear os imóveis. A migração para a área crypto se deu depois de 2015, quando o setor de imóveis estava em crise. A empresa escolheu Zug pelo fato de a Suíça ter uma legislação mais aberta em relação às criptomoedas. No entanto, quando eles foram para lá ainda não existia nem o ICO guideline do país.

Ao todo, 30 pessoas colaboram direta e indiramente com a firma de investimentos. Uma parte é composta de colaboradores full time e outra de pessoas contratadas.

Mercado em baixa não impacta

Carvalho diz que a queda no valor das criptomoedas no último trimestre do ano passado não impacta negativamente o projeto. Ele diz que há bastante conhecimento público em torno do bitcoin. Mas ainda assim seu market cap ainda é ínfimo em relação ao valor geral da economia. Sendo assim, ele vê a iniciativa da Dynasty como uma oportunidade de destravar uma nova classe de ativos crypto.

Além de estar em vias de lançar um token, a empresa tem prestado consultoria na Europa para investimentos em dois projetos, um de energia limpa, outro de infraestrutura portuária. Em outras palavras, a empresa está ajudando investidores a estruturarem e emitirem tokens para captar recursos para esses projetos. Em troca, a Dynasty fica com uma parte da sociedade nessas empresas. No entanto, por ora, os dois projetos são mantidos em sigilo.