O que você precisa saber sobre fundos de investimento em criptomoedas?

Entenda as diferenças entre os fundos de hedge, venture capital e private equity

Por Redação  /  29 de julho de 2020
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Os fundos de investimento existiam no mercado tradicional, por isso, não é uma dinâmica nova. Após ser adotada no mercado de criptomoedas atraiu o interesse de empresas e investidores de renda variável.

Assim como os ativos digitais, os resultados dos fundos de investimento em criptomoedas pode variar. Por exemplo, em 2019, o rendimento médio variou entre 33% a 58% conforme a estratégia utilizada. Em 2020, fundos hedge tiveram o retorno médio de 10% conforme o Hedge Fund Research (HFR). Em 2021, a valorização desse tipo de fundo foi 214%, sendo o segundo melhor desempenho desde que o índice começou a ser monitorado em 2015.

Já em relação à segurança dessa aplicação financeira, é importante pesquisar e analisar aspectos como histórico do mercado e decisões anteriores de gestores do fundo. Entenda como funcionam esses fundos a seguir!

O que são fundos de investimento em criptomoedas?

Os fundos de investimento de criptomoedas é semelhante ao do mercado tradicional, sendo o fator diferente a composição, que é inteiramente de ativos digitais.

Geralmente os fundos de criptomoedas são para investidores institucionais ou qualificados, afinal, exige aplicações mínimas de alto valor. Mas, existem alguns fundos abertos para pessoas físicas por valores acessíveis.

Como funcionam?

Via de regra, o gestor aloca os recursos captados em diferentes ativos, normalmente ativos digitais ou que replicam um investimento do mundo real, com o ouro, por exemplo. A alocação sempre está limitada às regras, parâmetros e limites estabelecidos no regulamento do fundo.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) criou a Resolução CVM 175 a fim de proporcionar mais segurança para os investidores. Com a resolução, 38 normas foram revogadas pela CVM. Além disso, os criptoativos passaram a ser classificados como ativos financeiros se forem negociados por empresas autorizadas previamente pelo Banco Central e/ou pela CVM.

Além disso, a resolução estabeleceu um limite de 10% para a exposição em criptoativos nos fundos de investimento, o documento cria regras para fundos de investimento financeiro (FIF) e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC).

De acordo com João Pedro Nascimento, presidente da CVM, a resolução foi uma modernização para as regras envolvendo fundos de investimento no Brasil.

“A nova regra de Fundos de Investimento retrata a relevância de um ambiente regulatório sólido e funcional para esta indústria tão importante do Mercado de Capitais do Brasil. Seguimos uma metodologia inovadora em que adotamos Normas Gerais aplicáveis a todos os Fundos de Investimento, que são complementadas por regras em específico contidas em cada um dos anexos, que regulam as diferentes categorias de fundos de investimento existentes.”

Os tipos e diferenças dos fundos de investimento com cripto

Segundo o Crypto Fund Research são mais de 870 fundos de investimento em criptomoedas. No fim de 2019, esses fundos administravam por volta de US$ 2 bilhões segundo a PwC.

Eles se dividem em três grupos:

Fundos de hedge

Esse tipo de fundo representa 47% dos fundos de investimento com cripto e eles são para pessoas físicas. Os fundos hedge são carteiras gerenciadas que combina diferentes ativos e estratégias para reduzir os riscos de mercado.

Esse tipo de fundo é conhecido como fundos multimercado devido à exposição a ativos diversos e por adotar estratégias de investimentos mais agressivas que outros tipos de investimentos, como a renda fixa, por exemplo.

Venture capital

Os fundos de venture capital são para empresas. A maioria dos fundos segue esse modelo, sendo 49% dos que existem.

Private equity

Representando apenas 4% dos fundos, o private equity é uma parceria com mineradores da rede Bitcoin.

Quais são as estratégias usadas por esses fundos?

Existem diversas estratégias para fazer a gestão dos fundos de investimentos em criptomoedas. Entretanto, os mais usados pelas gestoras são:

  • Long/short equity: gestora compra ativos que acredita que estão desvalorizados e vende os que acredita que estão sobrevalorizados;
  • Mercado neutro: gestor equilibra posições de long e short para reduzir a volatilidade e obter retornos;
  • Arbitragem: gestor busca diferença de preços entre exchanges e obter rentabilidade em cima delas.

Quais são os melhores fundos de investimento em criptomoedas?

Por grande parte dos fundos não ter regulamentação é importante buscar o máximo de informação. Por isso, é válido analisar pontos como a transparência das informações, como está sendo feita a gestão e o histórico do gestor.

A maior gestora de fundos de venture capital de criptomoedas do mercado é a Pantera Capital. Em seguida, há o Digital Currency Group e Polychain Capital. No caso dos hedge funds, as maiores são Grayscale Investments, Pantera Capital e Passport Capital.

No Brasil, as principais gestoras de fundos de investimentos em criptomoedas são a Transfero, a Hashdex e a BLP. Dentre elas, a Transfero é a única com fundos com gestão ativa que combinam ativos com o ouro em seu portfólio.


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