Transfero recebe autorização do Banco Central e pode atuar como instituição de pagamento

A empresa agora pode oferecer uma série de novos serviços aos seus clientes, como depósito ou retirada de fundos mantidos em uma conta de pagamento, remessa de fundos ou gestão de contas de pagamento

Por Paulo Carvalho  /  13 de setembro de 2023
Banco Central do Brasil (Foto: Raphael Ribeiro/BCB via Flickr) Banco Central do Brasil (Foto: Raphael Ribeiro/BCB via Flickr)

A Transfero recebeu, na primeira semana de setembro, a licença do Banco Central do Brasil (BACEN) para atuar como uma instituição de pagamento (IP). Agora, a empresa consegue oferecer uma variedade ainda maior de serviços para clientes e parceiros.

O objetivo da Transfero é atuar como uma ponte entre o sistema financeiro tradicional e o universo cripto. O Transfero App, que já aceita transferência em Pix para quem quer comprar criptomoedas, é apenas um exemplo disso.

Em entrevista ao Valor Econômico, o CFO da Transfero, Carlos Russo, reforçou a importância dessa conexão:

“Vamos fazer a ligação do mundo cripto, onde já atuamos com uma série de parceiros, com o mundo financeiro tradicional regulado”.

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Carlos Eduardo Russo – Foto: Divulgação

Continue a leitura para entender o que muda com a Transfero atuando como IP!

O que é uma instituição de pagamento?

De acordo com definição do próprio BACEN, uma instituição de pagamento viabiliza serviços de compra e venda e de movimentação de recursos, possibilitando a realização de pagamentos independentemente de bancos e outras instituições financeiras.

O que significa para a Transfero ser uma instituição de pagamento?

Para a Transfero, portanto, essa licença vai proporcionar ainda mais autonomia para as transações de compra e venda de criptomoedas. Mais do que isso, segundo Russo, a intenção é fazer uma conexão ainda maior com o sistema financeiro.
Na prática, agora a Transfero pode realizar as seguintes atividades como IP:

  • Depósito ou retirada de fundos mantidos em uma conta de pagamento;
  • Gestão de contas de pagamento;
  • Executar remessa de fundos;
  • Converter moeda física ou escritural (BRL) em moeda eletrônica (“saldo” em BRL), ou vice-versa.

Por meio do Transfero App, por exemplo, os clientes vão poder manter contas de pagamento e realizar transações digitais. Outro benefício para esses usuários é a interoperabilidade, permitindo a transferência de dinheiro entre bancos e outras instituições de pagamento.

Além disso, na entrevista ao Valor Econômico, Russo explicou que a Transfero vai oferecer a conexão via Pix e serviço de banco digital do tipo BaaS (Bank as a Service) para clientes do segmento B2B.

A autorização para a Transfero atuar como uma IP é mais um exemplo dos esforços da empresa em se posicionar como uma ponte entre o mercado cripto e o sistema financeiro tradicional.

Nas últimas semanas, Cláudio Just, CBDO da empresa, reforçou, por exemplo, a viabilidade da coexistência entre o real digital e as stablecoins, como o BRZ.