Nos últimos dois anos a correlação entre criptoativos e o mercado de ações aumentou de forma preocupante. De acordo com um alerta publicado recentemente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), as moedas digitais “não estão mais à margem do sistema financeiro”.
Para o FMI, criptoativos como o bitcoin deixaram de apresentar um refúgio diante de alguma instabilidade econômica no mercado financeiro, com o aumento da adoção de investidores institucionais.
“Em meio a uma maior adoção, a correlação de ativos criptográficos com participações tradicionais, como ações, aumentou significativamente, o que limita seus benefícios percebidos de diversificação de risco e aumenta o risco de contágio nos mercados financeiros.”
Pesquisa FMi revela maior correlação entre 2020 e 2021
A pesquisa foi publicada no dia 11 de janeiro de 2022 e sinaliza que a correlação entre criptoativos e o mercado de ações foi acentuada durante a pandemia, enquanto usuários buscavam diversificação de investimentos.
“Antes da pandemia, ativos criptográficos como Bitcoin e Ether apresentavam pouca correlação com os principais índices de ações. Eles foram pensados para ajudar a diversificar o risco e atuar como uma proteção contra oscilações em outras classes de ativos.”
De “classe de ativos obscura” à “revolução dos ativos digitais”, o estudo do FMI destacou o crescimento do mercado cripto, mesmo com o aumento da correlação com as ações.
“Criptoativos como o Bitcoin amadureceram de uma classe de ativos obscura com poucos usuários para uma parte integrante da revolução dos ativos digitais , levantando preocupações de estabilidade financeira.”
Conforme apresenta a pesquisa, o preço do bitcoin aumentou a correlação com o índice de ações S&P 500. Entre 2017 e 2019 o coeficiente dessa correlação apresentava valores próximos de 0,01. No entanto, esse valor saltou para 0,36 entre os anos de 2020 e 2021.
“Por exemplo, os retornos do Bitcoin não se moveram em uma direção específica com o S&P 500, o índice de ações de referência para os Estados Unidos, em 2017-19. O coeficiente de correlação de seus movimentos diários era de apenas 0,01, mas essa medida saltou para 0,36 em 2020-21, à medida que os ativos se moviam mais em sincronia, subindo ou caindo juntos.”
Além da correlação do bitcoin com o índice S&P500, o FMI destaca que aumentou também a ligação entre o preço do criptoativo e o índice de mercado emergentes (MSCI). Com um aumento de 17 vezes nos últimos dois anos, a correlação do bitcoin com o MSCI atingiu 0,34 entre 2020 e 2021 no mercado.