Sociedades em que a credibilidade do governo está enfraquecida têm mais chances de adotar o bitcoin de forma consistente. A avaliação é de Andreas Antonopoulos, especialista no assunto, em palestra publicada no canal Bitcoin Money Maker. Segundo ele, a neutralidade é a característica mais poderosa dessa criptomoeda e que se compara à própria internet, um ambiente extremamente descentralizado.
Segundo ele, uma parte significativa da sociedade é excluída do sistema financeiro digital. Essas pessoas, muitas vezes, se encontram em lacunas do sistema regulatório e não possuem nem mesmo uma conta bancária. A estrutura natural do bitcoin permitiria a inclusão delas no mercado financeiro atual.
No entanto, Antonopoulos cita quatro condições importantes para adoção dessas moedas. O primeiro é a atratividade em relação à moeda fiduciária local. Esse é o cenário atual de países com a inflação descontrolada, como a Venezuela. Além disso, as criptomoedas devem estar dentro da lei, para que não haja risco de perseguição e punição dos usuários pelas forças estatais. Por fim, a manutenção da neutralidade e a infraestrutura para acesso a rede do bitcoin também são importantes.
Maior inclusão econômica
Antonopoulos defende que sistemas descentralizados são sempre melhores do que sistemas centralizados. Enquanto os últimos beneficiam apenas aqueles que se encontram no sistema, os primeiros tendem a beneficiar a todos de forma mais igualitária. Assim sendo, a forte descentralização do bitcoin tem poder de atração para aqueles que estavam excluídos do atual sistema financeiro.
A análise feita por Antonopoulos se alinha com investimentos realizados recentemente por diversas empresas do mundo crypto. Recentemente, a Blockstream divulgou a alocação de um novo satélite que permitirá acessar a rede bitcoin mesmo sem internet. Serviços inovadores como esse buscam facilitar o acesso para cidadãos que encontram-se em países onde a liberdade individual está ameaçada.