Hedera hashgraph: uma tecnologia superior à blockchain?

Nova plataforma resolve um dos principais gargalos da blockchain, que é a sua escalabilidade, prometendo transações até 25 mil vezes mais rápidas

Redação  /  13 de novembro de 2018
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Muitas empresas já afirmaram não serem adeptas de criptomoedas pelo problema de escalabilidade das blockchains. Diante disso, a Hedera desenvolveu uma solução para pôr fim a esse gargalo: Hedera Hashgraph.

A Hedera Hashgraph é uma plataforma que promete realizar 250 mil transações por segundo e possibilitar a criação de tokens. Para se ter uma ideia, a velocidade de transação na Ethereum é aproximadamente 10 transações por segundo. Portanto, a nova plataforma multiplica por até 25 mil a capacidade de processamento de transações.

Hedera Hashgraph
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Vale ressaltar que a tecnologia por trás da Hedera Hashgraph não é a blockchain, assim como a IOTA – considerada a criptomoeda das máquinas. Em vez do protocolo de consenso proof of work ou proof of stake, mais comumente usados, ela lança mão de um sistema chamado de assyncronous byzantine fault tolerance.

E o que é esse sistema?

O assyncronous byzantine fault tolerance é um protocolo de consenso em que toda a rede vota para decidir quais transações ocorrem primeiro. Isso só é possível porque a Hedera Hashgraph, diferente da blockchain, é uma rede privada. Ou seja, que tem dono – embora qualquer um que queira contribuir para ela, possa se registrar nela. Portanto, esse protocolo resolve o problema de um registro distribuído, que não seria possível numa rede pública como a blockchain.

Outra grande vantagem da hashgraph é a fairness (equidadade). Isso significa que o processamento das transações na rede é justo, seguindo a ordem das transações e usando timestamps (selos temporais). Então, enquanto a transação na hashgraph acontece em tempo real, na blockchain os mineradores “decidem” quais transações ficam num bloco.

As aplicações que a Hedera Hashgraph promete viabilizar são as mesmas da blockchain, mas com uma velocidade muito superior. Em seu whitepaper, a companhia dá exemplos como produtores de músicas e de notícias que podem vender diretamente para o seu público. Ela cita ainda a criação de mundos virtuais, uso em eleições, entre outras infinitas possibilidades.

E quem está por trás dessa rede?

A hashgraph foi desenvolvida por Leemon Baird, PhD em Ciência da Computação pela Carnegie Mellon University e atualmente CTO (diretor Técnico) da Swirlds Inc. A empresa produz softwares baseados no algoritmo Hashgraph.

Portanto, ao que tudo indica, a hashgraph representa mais um avanço no mundo das criptomoedas e dos protocolos e algoritmos que viabilizam sua existência. Nos tempos atuais, tecnologias disruptivas podem ser rapidamente ultrapassadas. Não é possível afirmar ainda se esse é o caso da hashgraph em relação à blockchain, mas tudo indica que ela pode vir finalmente a ser um primeiro passo para a adoção em massa dessas tecnologias.