Aprenda sobre criptomoeda e o mercado cripto

As criptomoedas costumam ser explicadas por termos técnicos difíceis de se entender, mas existe uma maneira que vai fazê-lo entender o que é criptomoeda

Redação  /  18 de setembro de 2019
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As criptomoedas surgiram logo após a maior crise financeira da histórica, criando uma alternativa ao sistema tradicional. Sendo uma coincidência ou não, essa tecnologia possui características que podem evitar que crises como essa se repitam.

Diversos indicadores demonstram que alguns elementos que geraram a crise continuam presentes na economia, indicando que o mercado financeiro precisa ser mais transparente e descentralizado. Essas características são encontradas nos criptoativos pode causa da blockchain. Assim, além da regulação do mercado financeiro, haverá a segurança e a imparcialidade proporcionadas pela rede de computadores que validam as transações.

Então, é um completo equívoco pensar que criptomoedas são esquemas de pirâmides e golpes. O bitcoin, os ativos digitais e a tecnologia cripto dão suporte a um sistema financeiro que oferece transações de valor e proteção a privacidade.

Entenda neste conteúdo o que são as criptomoedas e como funciona esse ecossistema cripto.

O que é criptomoeda e como funciona?

As criptomoedas são unidades de valor divisível criadas a partir da tecnologia blockchain. Diferentemente do mercado financeiro tradicional, grande parte dos projetos de criptomoedas não são centralizados. Ou seja, a oferta e emissão de ativos digitais pode obedecer critérios estabelecidos pelos usuários e/ou registrados via blockchain.

Sendo assim, cada projeto possui suas especificidades. O bitcoin, por exemplo, possui um sistema deflacionário de emissão de ativos, atingindo um número máximo de 21 milhões de unidades.

Por outro lado, existem projetos de criptomoedas com emissão ilimitada, ou com um número de ativos maior que a emissão total do bitcoin. Essas regras que criam uma criptomoeda fazem parte do sistema financeiro do mercado cripto e determinam fatores como oferta, negociação e precificação de ativos digitais.

As criptomoedas representam a monetização do mercado cripto e são o combustível que alimenta as blockchains públicas.

Como as criptomoedas são usadas?

As criptomoedas trouxeram diversos avanços relacionados a rapidez, custos e facilidade. Elas são usadas principalmente para:

  • Fazer transações sem a necessidade de um banco ou um provedor de serviços como intermediário;
  • Operações a qualquer hora e dia da semana;
  • Reserva de valor;
  • Forma de pagamento.

Segundo o site Migalhas:

“A principal função das criptomoedas, além de serem utilizadas como um produto de investimento financeiro, consiste em servirem como meio de troca, facilitando as transações comerciais; reserva de valor, para a preservação do poder de compra no futuro; e, ainda, como unidade de conta, quando os produtos são precificados e o cálculo econômico é realizado em função da sua cotação.”

o que é criptomoeda
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As vantagens das criptomoedas

A minoria das pessoas tem acesso a um sistema bancário completo no sistema tradicional. A proposta do bitcoin é oferecer um sistema semelhante, mas com características resultantes em vantagens e maior acessibilidade.

Alguns exemplos de benefícios são:

  • Por não ter fronteiras geográficas, se a economia de um país for afetada negativamente, o valor da criptomoeda não é impactada diretamente;
  • Nenhum governo ou autoridade pode confiscar, impor limite de gastos ou impedir o uso do ativo;
  • Os valores de tarifas para fazer transações internacionais são muito mais acessíveis que a de bancos e outras instituições financeiras;
  • Facilidade de acesso por precisar de um simples celular para ter acesso ao sistema de criptomoedas;
  • Por ser descentralizado, não tem dono ou gestão de uma empresa, mas a participação de diversos computadores. Se algum hacker quiser atacar o sistema, terá que atacar milhares de computadores que têm a cópia da blockchain, assim, diminui a vulnerabilidade e aumenta a segurança;
  • A transparência é relacionada a qualquer pessoa poder ver todos os saldos e transações, mas não consegue ver a quem pertencem.

Dessa forma, o universo cripto é uma forma mais rápida, fácil, segura e barata de fazer transações globais. Por isso, é preciso parar de pensar em bitcoin como moeda e começar a pensá-lo como tecnologia.

Como funciona o mercado de criptomoedas?

Os bancos online e serviços de pagamento virtuais existem há décadas, porém, eles sempre foram híbridos ou pontes, já que extraem cada transação e as processam no mundo físico tradicional. Com o mercado cripto passou a ser possível enviar dinheiro digital e programar o dinheiro pela primeira vez na história.

O mercado de criptomoedas é um sistema financeiro descentralizado conduzido pela negociação de ativos digitais como o bitcoin (BTC). A principal plataforma utilizada para a negociação de criptomoedas são as exchanges, mas também existem as exchanges descentralizadas (DEX) e a negociação P2P.

Assim, em vez de usar advogados e banqueiros de investimento, é possível criar contratos, trusts, entidades ou conjunto de instruções financeiras de graça e com códigos. Isso significa interromper serviços como depósito, emissão de dívida, derivativos, criação de fundos, captação de recursos e outros.

Esse sistema financeiro das criptomoedas engloba usuários únicos e institucionais. Segundo a Receita Federal, o número de empresas no mercado cripto apontam forte adoção institucional no Brasil. Um dos motivos é a diversidade na oferta das criptomoedas, que podem ser negociadas por meio de fundos de investimentos como ETFs, títulos de dívidas, entre outros.

Essa integração da blockchain e de ferramentas digitais do mercado cripto no sistema financeiro tradicional deu espaço para a expansão do ecossistema cripto. A partir da tecnologia blockchain criaram produtos, serviços e soluções.

Por exemplo, a CBDC do Brasil chamada Drex, terá a emissão em um hyperledger que usa blockchain. Assim, a tecnologia blockchain tem um papel importante nessa integração do sistema financeiro com o mercado cripto.

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Integração com o mercado financeiro tradicional

A partir da consolidação das criptomoedas e da tecnologia blockchain, o mercado financeiro tradicional está integrando funcionalidades do mercado cripto. Essa mudança aconteceu com a consolidação de fintechs como o Nubank, por exemplo. O Nubank representa uma integração com o mercado cripto ao oferecer investimentos em fundos, ações e criptomoedas no mesmo aplicativo do banco digital.

Com isso, evoluiu a negociação de criptomoedas em instituições financeiras e a negociação de ações, commodities e títulos de dívidas, que passaram a utilizar tokens. Isso aconteceu pela integração de soluções digitais que envolvem tecnologias disruptivas como a blockchain.

Nos últimos anos, grandes bancos iniciaram a negociação de criptomoedas como o bitcoin, diversificando a oferta de ativos. Mas, a tecnologia blockchain pode ser integrada em outros serviços, como a oferta de crédito, empréstimos e venda fracionada de bens e ativos de valor.

Novos segmentos no mercado cripto: tokenização de ativos reais

Um novo segmento está se consolidando no mercado cripto e representa uma integração das criptomoedas com o mercado financeiro tradicional: a tokenização de ativos reais de valor. Esse mercado é uma área em expansão ao oferecer uma forma digital de um ativo real de valor através de um token.

Outro setor é o de tokens não fungíveis (NFTs) também representam um novo segmento no mercado cripto. Esse tipo de token, que é indivisível e pode representar uma arte digital, experiência única ou estar atrelado a outro ativo, possui um mercado próprio, com tokens sendo cunhados a partir de blockchains como Ethereum, Solana e Polygon.

Por fim, soluções de finanças descentralizadas (DeFi) também representam um segmento do mercado financeiro com criptomoedas. Esse setor é conhecido pela criação de ferramentas e soluções descentralizadas, como aplicativos descentralizados, capazes de integrar o mercado financeiro tradicional com o mercado cripto. Também é possível criar sistemas de empréstimo e oferta descentralizada de crédito.